Pressionado a sair da letargia e salvaguardar o País dos efeitos da crise global, o governo promete anunciar um pacote de medidas que podem envolver R$ 150 bilhões entre isenção de impostos e liberação de dinheiro.
Na verdade, porém, não se trata de um plano de contingenciamento. O Planalto se aproveita da situação para adotar medidas populistas em ano eleitoral, algumas delas até já foram antecipadas.
A ideia é fazer um festival de marketing diário para liberar recursos do FGTS, reduzir alíquotas de IPI e favorecer o endividamento do cidadão, sob o discurso do “empreendedorismo” de baixa renda, tendo como objetivo alavancar o consumo.
Não há, no suposto “pacote”, nenhum plano para contornar a alta de preços dos alimentos originada pela invasão da Ucrânia. Não há nenhum movimento para fugir da alta do petróleo no mercado global.
Ao contrário, o que se vê é a ministra da Agricultura achando normal que o preço dos alimentos suba e pressione a inflação. Tereza Cristina é representante do agronegócio e não dos interesses da coisa pública.
Portanto, não se iluda. Se der de cara com notícias sobre pacote econômico para fazer frente aos efeitos da crise na Europa, saiba que é mentira. As medidas não passam de tentativa de compra de voto, ao custo do maior endividamento das famílias.
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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com
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