//PANDEMIA// Pfizer escancara negligência do governo

                                                                                                                                                                      

                                                                                                                                                    


Fernando Pesciotta


Carlos Murillo, principal executivo da Pfizer na América Latina e presidente da farmacêutica no Brasil até dezembro, confirmou ontem que suas propostas de venda de vacinas contra a covid-19 foram ignoradas pelo governo Bolsonaro.

De tanto insistir, Murillo foi convocado para uma reunião que acabou não servindo para nada.

Nessa reunião, em dezembro de 2020, não tinha nenhum representante do Ministério da Economia, que seria responsável pela questão financeira da operação, nem do Ministério da Saúde. A disposição não era de efetuar a compra.

Quem apareceu na tal reunião foi Carlos Bolsonaro, chefe do gabinete do ódio e principal responsável pelas campanhas de fake news e desinformação. Estava com Felipe Martins, aquele flagrado fazendo gesto supremacista branco no Senado.

O depoimento de Murillo é esclarecedor. Escancara que Bolsonaro sempre foi e continua sendo negligente, sem interesse e irresponsável na gestão da pandemia.

Bolsonaro fez suas escolhas, e tem o direito de tê-las feito. Ignorou a vacina por acreditar na imunidade de rebanho com a morte de milhares de brasileiros ou queria propina da Pfizer para aceitar a compra da vacina.

Seja como for, assim como todos nós, deve ser julgado por suas escolhas. O problema é que Bolsonaro é macho nas bravatas, mas para encarar o julgamento se esconde atrás de sua covardia.

Emudecido


Por falar em covardia, a Advocacia-Geral da União pediu ao STF que Eduardo Pazuello tenha o direito de ficar calado na CPI. Pediu, ainda, garantias de que não será preso.

“Em CPI, quem se vale do direito de ficar calado tem coisa a esconder. Só bandido usa disso.”

A declaração é do atual ministro Onyx Lorenzoni, feita na CPI da Petrobras, em 2016. 

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com                                                                      

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