//ANÁLISE// O Brasil conseguiu: pior gestão da pandemia

                                                                                                               


Fernando Pesciotta


O ex-ministro Luiz Henrique Mandetta avalia que a mutação do coronavírus encontrada em Manaus vai se espalhar por todo o Brasil, causando uma megapandemia.

Mandetta lembra que o mundo todo está fechando os voos do Brasil, mas aqui o governo contribui para disseminar o vírus no País ao transferir pacientes de Manaus para Goiás, Bahia e outros lugares “sem fazer os bloqueios de biossegurança” necessários.

Não à toa, portanto, o Brasil é o país com a pior gestão pública da pandemia, segundo estudo do Lowy Institute, da Austrália, que avaliou o comportamento de governos de 98 países.

México, Colômbia, Irã e EUA também tiveram notas muito baixas. Na outra ponta, a Nova Zelândia tem a melhor avaliação, seguida de Vietnã, Tailândia e Taiwan. A Nova Zelândia praticamente erradicou o vírus com fechamentos de fronteira precoces e drásticos, entre outras ações.

Mesmo assim, Jair Bolsonaro continua criticando o distanciamento social. “O povo brasileiro é forte, não tem medo do perigo”, justificou. O mundo inteiro está errado, só ele está certo.

Bolsonaro se diz preocupado com a economia. Passados praticamente 11 meses desde o início da pandemia, ele ainda não conseguiu entender que está dando murro em ponta de faca. Bolsonaro lamentou as mortes, mas disse ser preciso "conviver" com o covid e que não se pode "destruir empregos". Repete que não está nem aí para os 220 mil brasileiros mortos e que outras vidas sejam ceifadas.

Indicação de que Bolsonaro está errado vem das grandes empresas. O ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, hoje sócio da Gávea Investimentos, diz que o presidente perdeu o apoio de parte do empresariado.

Segundo ele, ao menos parte dos empresários passou a concordar com a ideia de impeachment.

Repercute nas redes sociais a revelação de uma suposta troca de mensagens de um assessor de Hamilton Mourão com um assessor parlamentar tratando da condução do processo de impeachment. Mourão nega que esteja trabalhando para derrubar Bolsonaro.

Pode não dar em nada, e continuo achando que esse movimento não tem potencial para eliminar o genocida. Mas uma coisa é certa: nesses 25 meses de governo, nunca a onda pelo afastamento do presidente foi tão vigorosa.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com                                                                      

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