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Fernando Pesciotta
Enquanto o mundo toma providências para tentar conter o novo avanço do coronavírus e poupar ao máximo a vida das pessoas, Jair Bolsonaro usa 10% do seu tempo para ironizar a pandemia e os outros 90% para defender sua família.
No último dia de 2020, Bolsonaro usou uma live para fazer ameaças e chantagens, como de costume. Desta vez, seu alvo foi o Ministério Público do Rio de Janeiro, responsável pela investigação dos crimes que teriam sido cometidos por Flávio Bolsonaro.
“Imagine se um dos filhos de autoridade do MP do Rio fosse acusado de tráfico internacional de drogas? Você aprofundaria a investigação ou mandaria o filho para fora do Brasil e procuraria uma maneira de arquivar o inquérito?”, disse.
Bolsonaro teve acesso a informações confidenciais da polícia, o que é crime, ou está usando fake News para pressionar o MP, o que também é crime. Em qualquer uma das hipóteses, confessa o tamanho da preocupação com a situação de Flávio Bolsonaro, que herdou do pai o esquema de rachadinha e a ligação com a milícia.
Se o seu comportamento pessoal beira a cafajestagem, a gestão não é melhor. Além de menosprezar a vida dos brasileiros ou ironizar o uso de máscaras contra o coronavírus, como voltou a fazer nesta segunda-feira, 4 de janeiro, ao atrasar a vacina, Bolsonaro suspeitamente ajuda a iniciativa privada na oferta do imunizante. Quem ganha com tudo isso?
O passado recente e o futuro próximo devem ser colocados na conta de Bolsonaro. “A equação brasileira é a seguinte: o País entra em lockdown nacional imediatamente ou não daremos conta de enterrar nossos mortos em 2021”, avalia o cientista Miguel Nicolelis, do Consórcio Nordeste de combate ao coronavírus.
Bolsonaro também usa o dinheiro público em situações muito duvidosas. Em dois anos de governo, gastou 17 vezes mais com propaganda no exterior do que a média de todos os governos que o antecederam.
Os gastos ficaram até 12.812% – isso mesmo, doze mil, oitocentos e doze por cento – acima da média anual das gestões de Lula e Dilma Rousseff. A revelação é do UOL.
E mesmo gastando R$ 2,14 bilhões com propaganda no exterior, a imagem brasileira nunca foi tão ruim, o que dá margens para desconfiança sobre o perfil dos gastos.
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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com
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