//ANÁLISE// O enterro da Educação sob Bolsonaro

                                                                


Fernando Pesciotta



Duvido que você consiga dizer de bate-pronto o nome do ministro da Educação. Talvez nem Jair Bolsonaro.

Em plena pandemia, com as escolas fechadas ou funcionando a meia-boca, o Ministério da Educação sumiu de cena.

Ribeiro é um ser decorativo que aproveita a função para fazer turismo. Em 120 dias no cargo, acumula 24 dias de viagens tão inúteis quanto ele. Conforme a Folha, nos corredores de Brasília é unânime a opinião de que Ribeiro é um inepto que não sabe o que é política pública, não entende nada da área e ainda não captou o significado de ser ministro.

Desde que tomou posse, Ribeiro participou de 14 cerimônias ao lado de Bolsonaro, e nenhuma delas dizia respeito à Educação.

No final de outubro, integrou o grupo de políticos que foram a Fernando de Noronha para pretensamente tratarem de questões ambientais. Todas as despesas da viagem foram cobertas por recursos públicos.

Pastor de igreja evangélica de Santos, Ribeiro não paralisou suas atividades religiosas, mas ainda não apresentou nenhuma diretriz para a pasta. Nem participa das discussões sobre a regulamentação do Fundeb. A desigualdade educacional já era pior em 58% das cidades antes da pandemia, mas isso não entra na sua lista de preocupações.

O descaso ilustrado por triste figura é o retrato de um Brasil ignorante e que se orgulha disso. Negacionista, contra a ciência, a cultura, as artes, as letras e a educação. Ribeiro é um desastre para o Brasil, assim como seu chefe e a equipe ministerial.

Bolsonaro alinhado com a China

As principais publicações do mundo destacam o alinhamento de Bolsonaro, um “extremista de direita”, segundo a AFP, com os presidentes da Rússia, México e... China. Nenhum deles reconheceu ainda a vitória de Joe Biden nos EUA.

De olho no Ministério da Economia

Há rumores de que o presidente do BC, Roberto Campos Neto, está de olho no desgaste de Paulo Guedes. Por isso extrapola suas funções.

Ontem, em evento promovido pela britânica The Economist, ele defendeu a criação de programas sociais para combater os efeitos do desemprego.

Campos Neto disse que a retomada econômica do País é “robusta”, mas a reversão do desemprego não será rápida porque o avanço da tecnologia impacta a alocação dos trabalhadores.

O quadro implica a necessidade de mais programas sociais pelo governo, o que significa um aumento da dívida, observou. Mas não há espaço fiscal para essa dinâmica durar muito mais.

Não se trata de concordar ou discordar, mas essa não é uma atribuição do presidente do Banco Central.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com

Comentários

  1. Deveria haver uma lei que afastasse o governo automaticamente quando este não apresentasse resultados concretos na área de educação. Sem direito a recurso nem nada.
    Sem proposta, sem vontade, fora.

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