//PANDEMIA// Tempos de diálogo e acordos


Daniel Aparecido Coregio 

No fim dos anos 90 os cursos de direito se preocupavam em lecionar apresentando as disciplinas tendo sempre como norte a demanda judicial para reparar o direito violado.

Com o passar dos tempos, devido à ideia implantada de que devemos  sempre demandar perante os tribunais, ocorreu o abarrotamento de processos no Poder Judiciário, ocasionando em muitos casos lentidão e sofrimento até o deslinde da questão posta sob julgamento.

O passar dos tempos fez com que os operadores do direito percebessem que os melhores instrumentos para solucionar a maioria das demandas são o diálogo e o acordo, pois, quando bem utilizados, evitam desgastes emocionais, despesas com custas processuais, honorários periciais, possibilitando ainda a solução de forma célere.

Num cenário como o que estamos vivendo em tempos de pandemia, com as atividades empresariais suspensas, atrasos nos pagamentos e desemprego, o diálogo e o acordo podem ser fortes aliados nas soluções dos problemas, auxiliando inclusive na retomada das atividades.

Prorrogação de prazos de pagamentos e renegociação de dívidas vencidas podem salvar empresas e empregos.

Ademais, um instrumento de acordo bem redigido poderá autorizar que o credor transfira seu crédito a algum de seus também credores para saldar dívidas, estimulando a movimentação da economia novamente.

Entendo que o Poder Judiciário deve ser utilizado em último caso, quando não há mais possibilidade de negociação e acordo.

Dialogar e fazer acordo não é sinônimo de fraqueza, é um novo caminho sendo trilhado em busca de soluções dos problemas sociais.

Pense nisso!

Daniel Aparecido Coregio é advogado e professor universitário.

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