//FERNANDO PESCIOTTA// A naturalização do crime com o bolsonarismo



Em maio de 2018 surgiram os primeiros sinais de que a candidatura bolsonarista à Presidência da República crescia a ponto de ameaçar ganhar.

Foi ali que o então interventor federal na segurança pública do Rio de Janeiro, general Braga Netto, passou a trabalhar intensamente na campanha guardando segredo de tudo que descobrira sobre o assassinato de Marielle Franco.

A partir da facada e da perspectiva de vitória do ex-capitão que ela trouxe, moradores do Rio de Janeiro começaram a contar à boca pequena que ele era miliciano. Temiam falar abertamente porque o envolvimento com o crime era o que deveria ser até hoje, um ato criminoso. Ter um presidente criminoso poderia parecer um contrassenso.

O que pesquisa Datafolha mostra é que nunca o crime organizado esteve tão presente na vida das pessoas.

Segundo o levantamento, facções criminosas e milícias chegaram à vizinhança de 19% da população brasileira. Ou seja, ao menos 28,5 milhões de pessoas convivem com o crime organizado em seu bairro.

Desde a posse da gangue na Presidência, normalizou-se a presença de milicianos no poder, quanto mais na sociedade – não é por acaso que o crime avança em São Paulo sob Tarcísio de Freitas.

Essa é mais uma mazela trazida pelo desastre que representou a eleição bolsonarista. É só mais uma razão para trancafiá-lo, e que sirva de lição para as próximas eleições.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com


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