//FERNANDO PESCIOTTA// Covil



No domingo (8), o presidente da Câmara, Hugo Motta, recebeu em sua casa o ministro Fernando Haddad, integrantes da equipe econômica e líderes partidários. Ao final do encontro, comemorou a “noite histórica”, ao se referir ao acordo pelo pacote fiscal que se moldaria na medida provisória enviada pelo governo ao Congresso.

Dois dias após a “noite histórica”, Motta passou a detonar a proposta. Para muitos, ele cedeu à pressão dos lobbies do setor financeiro, dos donos do dinheiro, e, pior, das bets.

Outros assessores do Planalto e líderes de partidos aliados avaliam que Motta incorporou o espírito de seu antecessor, Arthur Lira, homem de confiança da Faria Lima. Fraco, Motta não consegue dizer a Lira que aquele corpo não lhe pertence.

Sem considerar a justiça que significa a MP, que revê a isenção de impostos de fortunas investidas no mercado financeiro, o Hugo Motta que agora exige liberação de emendas e corte de gastos do governo é o mesmo Hugo Motta que tem agido para elevar gastos do Legislativo, criando mordomias milionárias, como o acúmulo de salários e benefícios de parlamentares de diversas câmaras legislativas.

O comportamento do presidente da Câmara, da extrema-direita e do centrão às medidas econômicas do governo que buscam justiça social, é mais uma comprovação da importância do voto na eleição parlamentar. É urgente mudar a composição do Congresso, que precisa ter legítimos representantes do conjunto da sociedade, e não oportunistas. Um duro desafio que todos temos em 2026.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com


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