//CARLOS MOTTA// Na Câmara, uma sessão de críticas à prefeitura



Mudanças no trânsito, transporte de estudantes, manutenção de vias públicas, feira livre... O que não faltou na última sessão da Câmara Municipal, na segunda-feira, 31 de março, foram críticas à atual administração Elmir Chedid (União Brasil). É verdade que nenhum vereador ousou falar mal diretamente do prefeito, mas nas entrelinhas...

Ana Bárbara Magaldi (União Brasil) foi a mais enfática. Relatou a insatisfação de moradores da Rua Petrópolis e imediações com a notícia - não confirmada - de que a via será transformada em mão única de direção. Pediu, com a concordância da colega Anna Beatriz Scachetti (Republicanos), que a população seja ouvida em situações como essa. Ana Beatriz, aliás, lembrou que há um Plano de Mobilidade Urbana sendo feito e que gostaria de saber a quantas ele anda.

E foi ela quem botou lenha na fogueira, ao defender o seu pedido de informações sobre os estudos técnicos que embasaram as mudanças no trânsito na região da Avenida Juca Preto. "A prefeitura havia dito que as mudanças eram em caráter experimental, mas passei por lá e vi que já estavam instalando placas de sinalização e pintando o chão", disse. 

Cesar Borboni (Podemos) foi outro que entrou no assunto, e criticou a colocação de uma faixa de pedestres em frente da drogaria Poupe Já, na Juca Preto: "Pintaram a faixa no meio da vaga de estacionamento da farmácia." Também, deu sua opinião sobre as mudanças no trânsito naquela área: "Os caminhões não vão conseguir fazer o retorno na rotatória do supermercado Pinheiro. Vai congestionar tudo ali", disse.

O transporte de estudantes serranos para outras cidades foi outro ponto de críticas à prefeitura. Ana Bárbara Magaldi informou que o cadastro oficial tem 150 nomes, mas que constatou que entre eles há quem já se formou. E mais: segundo ela, para Bragança Paulista e Amparo há lugares disponíveis nos ônibus. "É preciso atualizar esse cadastro, porque há vagas sobrando nos veículos e estudantes na fila de espera da condução."

A vereadora cobrou ainda da prefeitura respostas mais objetivas para os seus requerimentos de informações. E deu um exemplo: "Moradores da Nova Serra Negra reclamaram da falta de manutenção das vias do local. A resposta que recebi foi que a prefeitura fez no bairro o maior investimento da história e que a manutenção está no cronograma. Mas isso não responde ao que perguntei. Os moradores querem saber quando as obras serão feitas", disse.

Ela não parou por aí. Seu alvo seguinte foi o bem-estar animal. Afirmou que é frequentemente abordada por moradores sobre essa questão, que segundo ela, tem sido tema constante de seu mandato. "Não há política pública para isso na cidade, não temos, por exemplo, fluxo de castração, os animais atropelados não têm para onde ir...Temos o Castramóvel, o Pet Contêiner, mas eles acabaram virando elefantes brancos."

A vereadora fez um apelo enfático ao secretariado municipal: "Os vereadores precisam ser usados não só pela população, que nos procura para resolver problemas, mas pelos secretários. Não queremos brigas, estamos sempre à disposição deles."

A sessão de queixas terminou com os vereadores informando que ficaram sabendo de uma reunião do prefeito com feirantes, que não querem a mudança de local da feira livre de domingo, pelos próprios comerciantes. "Quem nos convidou para a reunião foram os feirantes, a prefeitura não nos avisou da reunião", disse Ana Bárbara.

Pouco antes, Leo da Ambulância (União Brasil), havia feito um pedido que talvez exprimisse o sentimento de vários de seus colegas. Dirigindo-se ao secretário do Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano, Wanderlei Lona, que se encontrava no plenário, disse: "A gente precisa participar da administração do prefeito, porque quando vamos para a rua pedir votos para o prefeito, vamos todos."

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Carlos Motta é jornalista profissional diplomado (ex-Estadão, Jornal da Tarde e Valor Econômico) e editor do Viva! Serra Negra



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