//FERNANDO PESCIOTTA// Teste para o mundo



Logo após a eleição de Donald Trump nos EUA, em novembro, o mercado financeiro viveu seu êxtase. As ações subiram em Nova York, os títulos do Tesouro norte-americano avançaram e, principalmente, o bitcoin teve alta nunca antes experimentada, o que é revelador do perfil da onda especulativa que dominou o mercado.

Desde a euforia de novembro, as ações devolveram grande parte do ganho, os títulos americanos cederam e o bitcoin voltou aos níveis anteriores. Só o dólar manteve o ganho diante de todas as moedas do mundo, incluindo o euro.

Mas é a partir desta segunda-feira (20) que o mundo viverá a realidade com o inominável de volta ao poder. Segundo analistas ouvidos pela agência Bloomberg, há muitas dúvidas sobre os efeitos práticos de uma gestão que promete ser muito louca.

Uma medida prontamente aguardada é a revalorização das criptomoedas, o mundo perfeito para quem que esconder lavagem de dinheiro e mergulhar em especulações.

As atenções estarão também voltadas ao que o degenerado fará com as tarifas, prometendo isolar a economia americana sob a alegação de protegê-la. Restam muitas dúvidas sobre o que vai acontecer na atividade se de fato imigrantes forem deportados.

Claro que não caberão todos os setores e todos os empresários na barca protecionista, que terá lugar cativo para os tubarões como Elon Musk.

Incógnitas não faltam para a economia e para a política, a despeito de certezas vistas por alguns analistas. Trump já tem dado alento a extremistas de direita em todo o mundo, mas resta saber como reagirão sociedades e mercados afetados por uma gestão nacionalista e protecionista, contrariando todos os preceitos do capitalismo no “país da liberdade e das oportunidades”.  

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com


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