//FERNANDO PESCIOTTA// O desastre de Tarcísio e o arrocho



Há um bom tempo, tive o prazer de trabalhar com a então secretária de Educação Rose Neubauer. À época, apenas começava uma discussão meio filosófica sobre o que fazer para elevar o nível de ensino no Estado paralelamente a mudanças comportamentais que atingem toda a sociedade e exigem reflexões permanentes.

Rose Neubauer defendia a aprovação de todos os alunos do ensino fundamental sob a alegação de que a reprovação era fruto da incompetência do professor. Talvez ela tivesse razão, talvez não.

A questão sempre foi polêmica, e me lembrei dela ao ter acesso a dados que mostram o profundo fracasso que é a gestão do secretário Renato Feder, sob o governo incompetente de Tarcísio de Freitas.

Sob a alegação de que o desempenho dos alunos da rede pública estadual piorou em 2023, Tarcísio cortou drasticamente o bônus pago aos docentes.

Os R$ 450 milhões pagos no ano passado a 181,7 mil professores caiu a menos da metade, para R$ 208 milhões, que serão destinados a um quinto do total de contemplados em 2023. Agora, apenas 39,2 mil receberão o bônus, que sempre foi pago de acordo com o desempenho dos alunos no Saresp (sistema de avaliação) do ano anterior.

Tarcísio e Feder inventaram uma fórmula mágica para não pagar os professores e jogam no ar a piora das notas dos alunos. Se as notas caíram, a culpa é da gestão, que em vez de atentar para isso e corrigir a rota, prefere ampliar o desestímulo dos docentes punindo-os pecuniariamente.

É aquela história: o biscoito é fresquinho porque vende muito ou vende muito por que está sempre fresquinho?

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com



Comentários

  1. A gestão é péssima sem duvida, mas a aprovação automática nos moldes que foi implantada é um crime contra a formação dos nossos estudantes

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