//FERNANDO PESCIOTTA// Fazendo história



É histórico o julgamento da trama golpista liderada por Jair Bolsonaro. Por quatro votos a um, a Primeira Turma do STF o condenou a 27 anos e três meses de cadeia. Ele ainda terá de pagar 127 dias de multa.

É a primeira vez que um ex-presidente é condenado por tentativa de golpe num país com vários golpes e tantas outras tentativas. Também é inédita a condenação de militares de alta patente pelos mesmos crimes.

A condenação foi anunciada com o País vivendo na mais absoluta normalidade. Mesmo nas redes sociais, o clima é de comemoração e pouca queixa.

Muito provavelmente, outros golpes não teriam sido tramados se esse tipo de punição tivesse sido imposta já após a proclamação da República, que não passou de um golpe militar.

Segundo historiadores, Marechal Deodoro ficou bravo pelo fato de o imperador D. Pedro II ter nomeado o marido de sua amante para o ministério. Doente, levantou da cama para subir no cavalo e dar o golpe.

Muito se tem falado em pacificação, mas ela só será alcançada quando houver respeito às regras, à lei e, acima de tudo, pela democracia. Quem não entende isso não está apto a conviver em sociedade e precisa ser recolhido até que se reeduque, como ocorre em qualquer outra tipificação criminal.

Foi emocionante ouvir que Bolsonaro e sua gangue, incluindo militares, foram condenados. Que ele tenha na cadeia o mesmo tratamento que dispensou aos brasileiros em seu mandato, incluído o sarcasmo no sofrimento de milhões de pessoas na pandemia.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com




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