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Há poucos anos, a então presidenta Dilma Rousseff foi acusada de “manipular” o preço dos combustíveis ao supostamente determinar à Petrobras que segurasse os reajustes.
A denúncia nunca foi comprovada e os balanços da estatal não mostraram desequilíbrio financeiro por secretamente ter segurado preços.
Dilma era o demônio. Foi afastada num golpe que abriu espaço para o surgimento de coisas como os siameses Mamãe Falei e Bolsonaro.
Pois nesta segunda-feira (7), num único dia, a Petrobras voltou a perder R$ 35 bilhões em valor de mercado a partir de declaração do genocida reclamando da política de preços da empresa.
Mais do que reclamar, ao estilo autoritário de sempre, mandou um recado ao mercado: vai mudar a política.
A lógica do grupo que está no poder por representar a não-política é que manter a paridade internacional do preço do petróleo, em alta por causa da guerra, inviabiliza a reeleição do senhor das mortes.
Ou seja, novamente, Bolsonaro está preocupado exclusivamente com ele. Em muitas outras circunstâncias, como na pandemia, sua preocupação em resolver o problema da população foi zero.
Há, de fato, de se pensar numa política econômica que vislumbre as necessidades dos trabalhadores, que sofrem com a alta da inflação e perda de renda. Mas de forma responsável e transparente, com seriedade, algo impensável em se tratando de quem se trata. A civilidade passa a quilômetros da Brasília atual.
O resultado é que, a despeito das bravatas, deveremos sofrer o duro golpe da alta de preço do petróleo. Que pelo menos isso signifique a derrota de Bolsonaro.
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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com
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