//ANÁLISE// Efeitos da crise energética global

                                                                                                                                                                                                                       


Fernando Pesciotta


Prepare-se para uma grave crise energética em todo o mundo, Brasil incluído. Alertas nesse sentido estão sendo feitos na China, nos EUA, na Europa e entre pessoas com alguma responsabilidade no Brasil.

O País, por sinal, já sente os efeitos dessa crise. O novelo é longo, mas explica a situação.

A China vive uma escassez de energia gerada pelo carvão e tem de recorrer ao petróleo. Sem poder de fogo e sem ainda ter se estruturado para isso, vive blecautes localizados, que servem para intensificar a sensação de crise, fazendo os investidores globais alastrarem essa percepção e levá-la para o mercado financeiro.

A escassez de energia na China tem outro gigantesco efeito cascata na economia global. As indústrias do país são obrigadas a interromper a produção, reduzindo a importação de commodities, principalmente brasileiras, e fazendo cair a previsão de crescimento do PIB, que por sua vez também tem consequência nas bolsas mundo afora.

Para o Brasil, o agravante é a seca nos reservatórios de hidrelétricas, fazendo com que todas as matrizes energéticas relevantes na geração total estejam atingidas pela crise.

Se ainda tivéssemos um governo, seria um alento. Sem ele, o que se tem visto são remendos que não fazem cair o preço dos combustíveis, da energia elétrica nem do gás de cozinha.

Exemplo de desgoverno é o programa de desconto na conta de luz para quem conseguir economizar energia até o final do ano.

Esse desconto será aplicado de uma só vez, em janeiro ou fevereiro de 2022, mas o dinheiro para cobri-lo virá do próprio consumidor de energia, inclusive dos beneficiados pelo desconto.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com


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