//ANÁLISE// Ministro da Defesa ameaça eleição em 2022

                                                                                                                                                                                                                   

                                                                                                                                                    


Fernando Pesciotta


Pensando que ainda está nos anos 1960, o ministro da Defesa, Braga Neto, aquele que esconde a apuração do assassinato da vereadora Marielle Franco, mandou um recado ao presidente da Câmara, Arthur Lira: não haverá eleições em 2022 sem voto impresso.

Uma bravata que não passa de deboche. Já foi o tempo de alguém se amedrontar com chiliques de militares de pijama.

No fundo, Braga Neto tenta evitar o avanço das investigações da CPI do Genocídio, que mostram os militares se lambuzando em corrupção.

Se estivessem com essa força que imaginam não teriam sido chutados do Planalto, como Bolsonaro confirmou nesta quarta-feira (21).

O general Eduardo Ramos foi demitido da Casa Civil para dar lugar ao maior líder do Centrão, Ciro Nogueira, que ao deixar o Senado para assumir o cargo permite que sua mãe assuma o mandato, visto que é sua suplente.

“Não sabia, estou em choque. Fui atropelado por um trem, mas passo bem”, reagiu o general Ramos sobre a demissão. Ele será mandado para a Secretaria de Governo. Aceita qualquer negócio para continuar no poder e se enriquecer.

É sempre oportuno lembrar que às vésperas da eleição de 2018, Bolsonaro mandou ao TSE seu “plano de governo”. O documento tinha duras críticas ao número de ministérios, que ele classificou como “loteamento do Estado fruto de corrupção”.

As mudanças vão incluir o esvaziamento do ministério de Paulo Guedes. Numa demonstração de que está disposto a dar os anéis e os dedos para se salvar, Bolsonaro recria o Ministério do Trabalho, que ressurge como piada pronta, pois vai se chamar Ministério do Emprego – o deles, porque para o trabalhador brasileiro sobra o maior desemprego da história.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com


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