//CARLOS MOTTA// Prefeitura vai instalar o "sem parar" em sua frota. Pedágios à vista?

 



A edição de 4 de agosto de 2025 do "Diário Oficial" de Serra Negra traz a informação de que a prefeitura pretende contratar "empresa para utilização de sistema de pagamento sem parar para os veículos da frota municipal". Como todos sabem, os pedágios que o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) pretende instalar em todo o Estado de São Paulo não têm cabines nem cancelas - é o tal "free flow", no qual cada carro que passa pelas "praças" é taxado.

Se o veículo tiver uma "tag" de uma empresa do sistema "sem parar", ele recebe a cobrança mensalmente. Se não, terá de pagar diretamente à concessionária responsável pela rodovia onde está instalada a praça do "free flow". Como muitos motoristas não sabem disso, estão recebendo pesadas multas por "evasão" do pedágio.

Recentemente, prefeitos da região, incluindo o serrano Elmir Chedid, disseram que o governador recuou em sua pretensão de pedagiar o Circuito das Águas Paulista - Serra Negra ganharia dois dos 37 pedágios previstos. 

Ocorre, porém, que até o momento não houve nenhuma comunicação oficial sobre a tal manifestação do governador. A Secretaria de Parcerias em Investimento, procurada pelo Viva! Serra Negra, enviou nota afirmando que as "contribuições" recebidas nas audiências públicas realizadas para debater a instalação das praças de pedágio estavam sendo "analisadas pela equipe técnica da SPI, com possibilidade de serem incorporadas à versão final do edital do projeto, previsto para ser publicado no segundo semestre deste ano".

Como o dito até agora ficou no não dito, parece óbvio que a Prefeitura de Serra Negra, ao abrir licitação para contratar uma empresa de "sem parar" está se preparando para a cobrança do pedágio. A justificativa para a licitação não cola: "A presente contratação visa atender à necessidade da administração municipal de promover maior eficiência, controle e economia nas atividades relacionadas ao deslocamento dos veículos oficiais da frota municipal, especialmente nas passagens por pedágios e estacionamentos em rodovias e áreas urbanas."

Se fosse mesmo por isso, é de estranhar que tal providência esteja sendo tomada somente agora. Esse atraso na instalação do "sem parar" na frota municipal de 52 veículos indica, no mínimo, incompetência. 

Mas seja lá qual for a real intenção da prefeitura ao instalar o "sem parar" em seus veículos, a medida vai custar cerca de R$ 42 mil aos cofres públicos - dinheiro que sai do bolso nosso, pobres contribuintes.

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Carlos Motta é jornalista profissional diplomado (ex-Estadão, Jornal da Tarde e Valor Econômico) e editor do Viva! Serra Negra


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