//HISTÓRIA// Livro sobre serranos na Revolução de 32 já está à venda

 

Batalhão 23 de Maio na praça da Igreja Matriz, em Socorro

A Revolução de 1932 marcou as páginas da história do Brasil como o maior conflito armado em nosso território no século passado. O livro “Batalhão 23 de Maio: União e Superação no Setor Leste de 1932”, trabalho mais recente de Derek Destito Vertino, licenciado em história e pós-graduado em história militar, resgata o legado de centenas de homens e mulheres no front e retaguarda daquele ano de instabilidade econômica e política nos primeiros dois anos de condução do governo provisório por Getúlio Vargas.

O conflito de proporções nacionais drasticamente mudou a rotina da pacata Serra Negra, que mobilizou os seus recursos em prol do movimento constitucionalista, representada no front pelos voluntários Armando Cristiano, Reale Paulino Vichi, Braz Eduardo Blotta, Antônio de Oliveira, Antenor Alves Godoy, Dilermando Tortelli, Durvalino Vieira, Gracindo Alves de Andrade e Clementino Ricci, que foram incorporados a 1ª Cia. do Batalhão 23 de Maio, sediado em Socorro. A unidade ainda alistou outros serranos que residiam em Amparo e foram mobilizados na 2ª Cia., como Alcindo Machado, João Rodrigues, Gil Javanelli, Euclides Francisquini e Benedito Lino Campos.

O Batalhão 23 de Maio foi organizado com o objetivo de guarnecer as posições no subsetor conhecido como Socorro-Lindoia, empenhado na primeira metade da campanha apenas como uma tropa de reserva e emergência. Porém, em meados de agosto, o avanço das tropas do governo provisório transformou a área como um dos principais palcos do movimento, ao ser escolhido pelo inimigo como principal caminho para alcançar Campinas.

O bloqueio econômico no Estado de São Paulo e o seu isolamento em relação ao país exigiu da retaguarda o empenho de civis das diversas esferas da sociedade ao doar o seu tempo e conhecimento para o abastecimento das tropas ou arrecadação de doações. A cidade de Serra Negra contribuiu com a abertura de uma filial da Cruz Vermelha, que trabalhou de forma complementar às suas co-irmãs de Amparo e Socorro, além de promover eventos beneficentes e campanhas de doações para alimentar e vestir as tropas no front.

O Batalhão 23 de Maio teve o seu batismo de fogo em Pouso Alegre e o aprendizado adquirido foi aplicado mais tarde no Combate dos Francos, na antiga divisa entre Socorro – hoje Águas de Lindoia – e Monte Sião. Esse combate travado em meados de agosto foi provocado pelo 1º Regimento Policial da Paraíba por ordem do Estado-Maior das tropas do governo provisório como alternativa para ingressar em território paulista, visando marchar sobre Campinas pelo trecho Serra Negra-Amparo.

As mais de 40 horas de combate provocaram pelo menos cinco mortes entre ambos os lados, além de aproximadamente 30 paulistas do Batalhão 23 de Maio aprisionados. Nesse episódio, o serrano Clementino Ricci foi encaminhado ao Rio de Janeiro e retornou a Serra Negra apenas no fim daquele ano.

Os homens do Batalhão 23 de Maio não eram responsáveis apenas por defender as trincheiras a poucos quilômetros de casa, mas também proteger os seus pais, irmãos, filhos e esposas de possíveis abusos dos inimigos na retaguarda. De acordo com os boletins regimentais da unidade, 60% da tropa era formada por homens oriundos de Amparo, Socorro, Serra Negra e Itapira, além dos voluntários de Nova Odessa, Americana e Campinas.

A unidade e seus aliados foram responsáveis pela defesa e tentativa de retomada de Amparo em meados de setembro, lutando com garra e recursos limitados contra um adversário numericamente superior e melhor equipado. De acordo com algumas fontes, o Batalhão 23 de Maio pode ter perdido nove homens durante a campanha, além de um número desconhecido de feridos.

Os leitores poderão encontrar detalhes sobre a contribuição do Batalhão 23 de Maio desde o combate de Pouso Alegre até os combates finais em setembro. Os interessados poderão adquirir o exemplar do livro “Batalhão 23 de Maio: União e Superação no Setor Leste de 1932” a R$ 50 com frete incluso ou pessoalmente em Socorro, a R$ 40.

Whatsapp do autor: 19 9 8919 1209

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