//FERNANDO PESCIOTTA// Arte da guerra



O imperador laranja pode ter dado um passo maior do que a perna. Há muitos outros ditados populares que expressam o contexto do jogo que Trump inventou, mas que parece não saber jogar.

Quanto maior a altura, maior o tombo. Enquanto ameaçou o Panamá, Canadá e México, o imperador se achava numa posição confortável, como quem que nunca comeu doce, e quando come se lambuza.

Mas ao mirar a China, Trump, intelectualmente paupérrimo, se revela um ignorante na arte da guerra – muito provavelmente, nunca ouviu falar na milenar obra chinesa, à venda em qualquer livraria por menos de 30 reais.

Depois de a China dar outra resposta à guerra comercial imposta por Trump, suspendendo a compra de 179 aviões da Boeing, a Casa Branca entrou em pânico e revelou o perfil do negociador Trump, que não parece ser bom nem como vendedor de imóveis.

O governo americano se humilhou implorando para que a China peça a abertura de negociações sobre as tarifas, num cenário pior do que se imaginava há alguns dias. Empresários pressionam o governo de um país que vê que ele será o maior perdedor dessa guerra.

Se algum daqueles despreparados e arrogantes integrantes do governo americano tivesse ao menos ouvido falar na arte da guerra, Trump saberia que errou feio. E mesmo que seja só para jogar para a plateia de extremistas que o apoiam, o preço a ser pago talvez não compense. 

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com


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