//SAÚDE// Vereadora diz ter recebido ameaças por críticas ao hospital

 


A Câmara Municipal de Serra Negra dedicou cerca de 40 minutos de sua última sessão, na segunda-feira, 10 de março, à situação do Hospital Santa Rosa de Lima, alvo de muitas críticas de pacientes. O debate foi suscitado pelo requerimento, de autoria da vereadora Ana Bárbara Magaldi - assinado posteriormente por outros vereadores -, solicitando uma série de informações e documentos de seu quadro administrativo - inclusive certidões de antecedentes criminais.

O requerimento foi aprovado por unanimidade. 

Antes, porém, Ana Bárbara ocupou a tribuna para explicar os motivos que a levaram a elaborar o documento. Segundo ela, o hospital, que recebe atualmente um repasse que chega a quase R$ 1 milhão por mês da prefeitura, tem mais problemas do que na época em que recebia R$ 250 mil a R$ 300 mil do Executivo.

A vereadora informou que foi vítima de ameaças, sem especificar a autoria, por causa de seu pedido de informações sobre o quadro administrativo do hospital. Mas frisou que isso não a abala: "Não sou mulher que se intimida facilmente", disse. 

Também relatou, para exemplificar a situação do hospital, o caso de um parto que foi feito "no chão" do hospital, recentemente: "Não posso admitir chegar em Serra Negra à meia-noite, grávida, e ter de ficar no hospital até 2 horas da madrugada porque teve uma criança que nasceu no chão, e eu receber a justificativa de que ela não nasceu no chão, que foi colocado um campo cirúrgico no chão...Por favor, qual a diferença de jogar o campo cirúrgico e a criança nascer no chão? Já contaminou tudo..."

A vereadora disse ainda que funcionários do hospital estariam sofrendo pressão para se demitir: "Não vou admitir funcionário de dez, 20, 30 anos, ter de pedir a conta porque está sofrendo represália, pressão do administrador, porque ele quer colocar gente de fora aqui no nosso hospital. Não vou receber a justificativa de que pessoas da cidade foram fazer a entrevista para contratação de chinelo e shorts. Arranjem outra desculpa."

Ana Bárbara também afirmou que seu marido, o médico Rodrigo Magaldi, tem atendido muitos pacientes vindos do ambulatório e do pronto-socorro do hospital na sala de sua casa. "O serviço e o atendimento estão totalmente desqualificados" disse. "Tem algo errado lá [no hospital]", afirmou o vereador Cesar Borboni. "Recebo, nos fins de semana, sete ou oito telefonemas sobre o hospital", informou o presidente da Mesa Diretora da Câmara Municipal, Wagner Del Buono.

Fizeram coro às críticas da vereadora seus colegas Cesar Borboni, Leo da Ambulância, Renato Giachetto, Wagner Del Buono, Karina Kellys, Ricardo Fioravante e Anna Beatriz Scachetti. Eles disseram que assinariam o requerimento de pedido de informações também como forma de solidariedade à vereadora por ter, como relatou, recebido ameaças. "A ameaça agora passa a ser não a ela, mas para todos nós", disse Leo da Ambulância.



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