//FERNANDO PESCIOTTA// Surpresas do começo de ano



Considerado uma prévia do PIB, o IBC-Br subiu 0,89% em janeiro, na comparação com dezembro, quando indicou queda de 0,73%.

Trata-se de uma surpresa porque os indicadores de atividade do final de 2024 eram de forte desaceleração e porque veio bem acima da estimativa de economistas do mercado financeiro, que era de alta de 0,25%.

No trimestre encerrado em janeiro, a alta é de 0,26% em relação ao período anterior. Na comparação com 2024, a alta é de 3,58%. Nos 12 meses encerrados em janeiro, o aumento chega a 3,82%. Todos esses dados ficam acima do projetado.

Segundo analistas, a alta do IBC-Br reforça a expectativa de economia forte no primeiro trimestre, mas não muda a projeção de crescimento menor neste ano.

Mas alguma coisa está fora da ordem mundial, como diria Caetano. Como erram recorrentemente, os economistas do mercado financeiro nem imaginavam que o dólar estaria agora numa trajetória de queda acentuada e que a Bolsa brasileira aceleraria com tanta intensidade.

O alívio para os emergentes se dá por conta de Trump. Suas medidas descabidas estão levando os EUA para uma recessão, o que faz os donos do dinheiro procurarem outros mercados para investir.

E como a China, ao contrário, mostra sinais de atividade aquecida, tende a favorecer os emergentes com quem tem intensos negócios. Assim, estabelece-se a rota do dinheiro. Nesta segunda-feira (17), o real foi a moeda emergente mais valorizada do mundo. 

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com


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