//CARLOS MOTTA// Prefeito de Amparo diz que não apoiará Tarcísio se pedágio for confirmado

Prefeito de Amparo, Carlos Alberto e participantes do debate público 
sobre a instalação de pedágios na região: medida rejeitada por todos

 

"Se os pedágios em Amparo forem confirmados, o governador Tarcísio não terá meu apoio no ano que vem."

Com essa promessa, o prefeito de Amparo, Carlos Alberto Martins, encerrou o debate público sobre a instalação de quatro praças de pedágio no município, realizado na quinta-feira, 6 de março. 

No total, cerca de 533 quilômetros de rodovias no Circuito das Águas Paulista serão concedidos à iniciativa privada por 30 anos. Em Serra Negra está prevista a instalação de dois pedágios na SP 360, nos trechos que ligam a cidade a Amparo e Lindoia.

O leilão do lote deverá ocorrer no terceiro trimestre deste ano e a assinatura do contrato de concessão, no primeiro trimestre de 2026. Haverá audiências públicas nos dias 10 de março (Campinas, Câmara Municipal, às 10 horas), 11 de março (Mogi Guaçu, Câmara Municipal, 14 horas) e 14 de março (São Paulo, sede da Artesp, às 10 horas).  

Amparo foi a única cidade do Circuito das Águas Paulista, até o momento, a discutir o tema publicamente. O prefeito de Serra Negra, Elmir Chedid, ainda não fez nenhuma declaração sobre o assunto. 

Cerca de 200 pessoas foram ao Paço Municipal para ouvir as explicações, comentários e sugestões do prefeito Carlos Alberto sobre os pedágios - e para dizerem o que pensam sobre o assunto.

Em síntese, o prefeito disse que é contra a cobrança. E que vai levar ao governo do Estado essa posição, reforçada pelas manifestações populares colhidas no debate. Disse ainda que se o governo estadual mantiver sua disposição de instalar as quatro praças de pedágio no município, ele pretende partir para o que chamou de "plano B", que seria tentar isentar da tarifa os moradores que precisam ir constantemente às cidades vizinhas.

Nenhum participante do debate que se inscreveu para falar defendeu a concessão. Para eles, a cobrança vai servir apenas para tirar mais dinheiro do bolso de todos. O vereador Diogo Canina (PT) resumiu a dimensão do malefício que os pedágios vão causar: "Para quem ganha salário mínimo, eles vão pesar muito."

As vereadoras serranas Ana Bárbara Magaldi e Anna Beatriz Scachetti estiveram presentes e também se pronunciaram contra a instalação das praças de pedágio na região. 

Ana Bárbara, que preside o Parlamento Regional, ressaltou o impacto da cobrança em quem necessita ir a Amparo para fazer tratamento médico. Anna Beatriz afirmou que o turismo regional pode ser bastante prejudicado com a cobrança.

Coube a um morador de Jaguariúna exemplificar, no debate, a dificuldade de o "plano B" proposto pelo prefeito Carlos Alberto, de isentar da tarifa moradores de Amparo que viajam constantemente para cidades vizinhas, ter êxito. "Estamos há mais de 20 anos tentando diminuir o valor do pedágio para Campinas", disse. Atualmente, é cobrada uma tarifa de R$ 16,50 no trecho Jaguariúna-Campinas. A promessa do governo do Estado é reduzir em 2026 esse valor em 70%. 

"O certo é não ter pedágio nenhum", disse. Foi o mais aplaudido da noite.

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Carlos Motta é jornalista profissional diplomado (ex-Estadão, Jornal da Tarde e Valor Econômico) e editor do Viva! Serra Negra



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