//FERNANDO PESCIOTTA// Veneno contra cobras



Além da troca na comunicação, o presidente Lula deverá fazer novas mudanças nos ministérios até o dia 21, quando haverá a primeira grande reunião da equipe de governo deste ano.

As trocas devem ocorrer nesse prazo também para evitar pressões do Congresso, agora em recesso, e fugir de barganha em meio à eleição da nova mesa diretora da Câmara e do Senado.

O objetivo do presidente com essa “reforma” ministerial é melhorar o desempenho do governo e ampliar sua base no Congresso, além de abrir espaços a partir da mudança também no comando do PT.

A expectativa, na verdade, é de que as mudanças deem maior protagonismo ao governo no cenário político.

Aproveitando a enorme fraqueza da gestão anterior, as cobras do Congresso avançaram com voracidade no Orçamento da União, deixando pouco espaço para execuções de projetos e abrindo espaço para crises fiscais.

A partir de 2020, as emendas parlamentares movimentaram R$ 149 bilhões, quatro vezes mais do que em igual período anterior. Com o agravante da quase nenhuma transparência e a quase total base de corrupção.

Esses recursos são fundamentais para a execução de políticas públicas. Além da reforma ministerial, porém, o governo precisa melhorar sua aprovação popular para se impor aos congressistas e mudar a lógica estabelecida na gestão do miliciano. Por isso as mudanças começaram pela comunicação do governo, de forma a melhorar a percepção das entregas que estão sendo feitas à população e mudar a lógica do jogo. 

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com



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