//FERNANDO PESCIOTTA// Esculhambação geral



Há algo de muito podre no reino das big techs. Os principais empresários americanos do setor de tecnologia estão mancomunados com a ditadura pretendida por Donald Trump.

A consagrada ilustradora Ann Telnaes pediu demissão do The Washington Post após um cartoon de sua autoria ser censurado pelo jornal. A charge ironizava a relação dos bilionários da tecnologia com Trump. O Washington Post é controlado por Jeff Bezos, o dono da Amazon, empresa que destrói o mercado livreiro brasileiro.

Nem se fala do dono do X. Elon Musk é aliado de primeira hora dos horrores pretendidos pela extrema-direita em todo o mundo e será conselheiro número um de Trump na Casa Branca.

A mais recente investida contra um mínimo de sanidade nas redes sociais é de Mark Zuckerberg, dono da Meta. Para satisfação de Trump, ele anunciou o fim dos filtros que inibem ao menos parte das fake news e desinformações produzidas pelos extremistas.

Em todos os casos, os bilionários que brincam de controlar o mundo usam a falsa e abjeta alegação de defesa da liberdade de expressão.

Como diz a canadense Naomi Klein em seu ótimo livro “Doppelgänger – Uma viagem através do mundo espelho”, da editora Carambaia, esses movimentos seguem a orientação estratégica de Steve Bannon, principal articulador global da extrema-direita.

A ideia de Bannon é explorar ao máximo o lado mau das pessoas no mundo não analógico, usando argumentos que possam parecer honestos, mas que todos sabem tratar-se de maledicências.

E isso não é uma opinião ou avaliação a partir de um estudo ou coisa que o valha. Trata-se de declaração feita pelo próprio demônio em entrevista à revista americana The Atlantic, um dos principais veículos da divulgação dos ideários extremistas.

Resumo da ópera: dias muito nefastos estão por vir. O quanto eu puder fugir das redes sociais, mais o farei. 

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com



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