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A influência norte-americana no Brasil se acentuou no pós-Segunda Grande Guerra, numa repetição de fato histórico, com os vencedores de guerras se impondo sobre nações mais frágeis, e o poderio da grana que ergue e destrói coisas belas, como disse Caetano Veloso.
Por sorte, porém, nosso sistema eleitoral não reproduz o dos EUA, que é uma grande porcaria, vamos combinar.
A precariedade daquele sistema ficou exposta quando um candidato foi mais votado pelo eleitor, mas quem ganhou foi quem conseguiu melhor desempenho no colégio eleitoral. O presidente, portanto, é eleito indiretamente, e alguns Estados têm mais peso do que outros.
O Brasil tem muitas vantagens sobre o processo eleitoral dos EUA. Por enquanto, conseguimos afastar da disputa o responsável pela tentativa de golpe, mas por lá há o grande risco de Donald Trump voltar para cometer novos crimes no poder.
Em outra virtude nossa em relação a eles, Trump se apoia numa ação escandalosa do empresário Elon Musk, que promete US$ 1 milhão por dia a eleitores do coiso americano.
Além disso, e dentro de uma estratégia global da extrema-direita, Musk patrocina uma campanha conflitante, para dizer o mínimo, contra a democrata Kamala Herris. Em Michigan, onde é grande o número de árabes, a campanha diz que ela apoia Israel. Na Pensilvânia, marcada pela presença de judeus, Kamala aparece com a bandeira da Palestina. Os dois Estados são decisivos no colégio eleitoral.
A despeito de virtudes e defeitos da legislação eleitoral, a tática de mentiras e acusações sem nexo adotada pelos extremistas se repete em todo o mundo. Tudo igual.
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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com
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