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Apesar de todas as análises apontarem o contrário, não é impossível que Guilherme Boulos vença a disputa pela Prefeitura de São Paulo. No primeiro turno, por confusão dos números dos partidos, ele já poderia ter ficado ao menos 25 mil votos à frente de Ricardo Nunes.
A análise fria do resultado oficial aponta estatisticamente para a reeleição de Nunes, mas é preciso mergulhar nos dados e analisá-los de forma mais contextual.
Os votos dados ao Boçal não são necessariamente de eleitores de extrema-direita, e isso é coerente com a tese de que a eleição municipal não é ideológica. Tem muita gente ali que acreditou nas promessas de empreendedorismo fácil, na bobagem do tal antissistema e na onda de apostas em alternativas.
Como já foi dito, certo ou errado, não se pode ignorar que parcela da sociedade não embarca mais na história apenas de emprego, sindicatos e o velho modelo de trabalho. Tem muita gente que joga tudo na possibilidade de viver por conta própria. É preciso saber dialogar com essa parcela da sociedade.
O próprio Boçal reconheceu nessa terça-feira (8) que 45% do seu eleitorado votou em Lula em 2022 e não é de direita. Ele disse ter “certeza” de que Boulos vencerá.
Além disso, levantamento do jornal O Globo revela que 48 mil eleitores votaram 13, do PT, no domingo, o que resultou em anulação do voto. Se validados, deixariam Boulos, que tem o número 50, na liderança.
Não sei se é certeza, dada a conjuntura e a força da grana e da mídia em favor de Nunes, mas que é possível, é.
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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com
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