//CARLOS MOTTA// Eleição, educação e cidadania



Dois momentos que me marcaram na campanha eleitoral deste ano em Serra Negra: 

1) O sujeito chega na nossa banquinha, ao lado da Rodoviária, e diz que quem recebe qualquer ajuda do governo não deveria ter o direito de votar;

2) Outo sujeito diz que não gosta do prefeito atual, diz que a família dele está há muito tempo no poder, e pergunta: "Como se faz para tirar ele de lá?"

Por essas e outras é que acho que no currículo escolar deveria haver uma disciplina obrigatória: cidadania.

Se desde cedo os brasileiros aprendessem a ser cidadãos, soubessem seus direitos e deveres, tivessem noções mesmo que básicas do nosso sistema político/administrativo, conhecessem o mínimo de nossa Constituição, talvez encarassem as eleições, em qualquer nível, como coisa séria. 

Isso vale tanto para eleitores quanto para candidatos. E também para vereadores, prefeitos, deputados, senadores, governadores e presidente da República. 

"Cada povo tem o governo que merece." A frase, um chavão, parece ter lógica. Mas o que esperar de um povo submetido a um projeto de poder que o impede de ter educação de qualidade, aquela que poderia libertá-lo da ignorância e fazê-lo escolher o seu destino?

Somos o que somos porque não sabemos - e não podemos - ser outra coisa.

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Carlos Motta é jornalista profissional diplomado (ex-Estadão, Jornal da Tarde e Valor Econômico) e editor do Viva! Serra Negra







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