//SALETE SILVA// Aumentam na cidade casos de violência doméstica, abuso sexual e automutilação



Serra Negra registrou, entre janeiro e abril deste ano, 34 casos de automutilação, entre os quais afogamento, enforcamento, uso de entorpecentes, ingestão de produtos químicos, de limpeza e raticida, além de medicamentos. Foram registrados ainda 17 casos de intoxicação exógena (exposição a substâncias químicas) que podem ser acidental ou tentativa de suicídio.

Os casos de violência doméstica e abuso sexual também aumentaram no período. Foram registrados, no primeiro quadrimestre do ano, 12 casos de violência doméstica e abuso sexual envolvendo mulheres e crianças. Entre os casos de abuso sexual, pelo menos cinco foram contra crianças.

As informações constam no relatório de Prestação de Contas das Aplicações do Fundo Municipal de Saúde e Gestão em Saúde referente ao primeiro quadrimestre, apresentado pela Secretaria Municipal de Saúde, no dia 25 de julho, durante reunião mensal do Conselho Municipal de Saúde.

Estão cadastradas 422 crianças na Unidade Alto das Palmeiras que atende os casos de psiquiatria infantil. Cerca de mil atendimentos psicológicos foram oferecidos ao público infantil, no primeiro quadrimestre. O clínico geral atendeu nesse período 229 crianças.  

Transtornos mentais

A violência doméstica e os transtornos mentais entre crianças têm aumentado de forma significativa na cidade, segundo informações levantadas pelo Viva! Serra Negra entre profissionais das áreas de saúde e assistência social do município.

O uso indiscriminado de aparelhos eletrônicos por crianças pequenas sem o monitoramento de pais ou responsáveis, avaliou uma assistente social, tem agravado o problema. Os pequenos têm acessado conteúdo impróprio que estimula a ansiedade e outros transtornos mentais, como a depressão.

Os casos podem estar subnotificados, segundo os técnicos das duas áreas, devido à falta de profissionais, em especial psiquiatra e neurologista infantil, no município e na região para atender ao aumento da demanda.

A maior parte dos casos de violência sexual contra as crianças tem sido cometida dentro de casa e por familiares. A formação de novas famílias por pais e mães têm provocado um aumento de violência e abuso de padrastos, avós e até irmãos e mães, informou uma assistente social.

Os casos em proporção ao número de habitantes do município ainda não são numerosos, avaliou uma profissional, mas tem crescido de forma exponencial e é preciso contê-los com investimentos nas áreas de saúde mental, educacional e  em especial prevenção para reestruturar as famílias e evitar novas desestruturações familiares.  

---------------------------------

Salete Silva é jornalista profissional diplomada (ex-Estadão e Gazeta Mercantil) e editora do Viva! Serra Negra




 

Comentários