//FERNANDO PESCIOTTA// Desprezo pela vida



Os integrantes da base talibã no Congresso, que se escondem atrás da imagem de defensores de moralidades duvidosas, odeiam a civilização e se veem numa sinuca.

Ao que tudo indica, e que líderes conservadores reconhecem, a proposta de equiparar aborto a homicídio foi um tiro no pé. Serviu para expor um raciocínio torto da extrema-direita. Desumano, controverso e conflitante.

Siga o raciocínio:

Essa extrema-direita é radicalmente contra a educação sexual nas escolas.

Defende o fim da obrigatoriedade da frequência escolar, permitindo que as crianças sejam “alfabetizadas” em casa, longe do olhar atento e orientador do sistema educacional.

Quer a redução da idade penal para 16 anos, para levar mais gente para a cadeia.

Defende a desumanização do sistema carcerário, a começar pelo fim das saidinhas. Acha que preso deve ser tratado como animal perigoso.

Propõe penalizar crianças estupradas que abortarem levando-as para a cadeia, que deve ser o mais lixenta possível.

Diz defender a vida, mas incentiva o porte e uso de armas, agride e mata adversários.

O que pode parecer contradições numa primeira análise, no fundo trata-se de desprezo pela vida em nome de uma moralidade de fachada, bem ao gosto dos nazistas. 

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com


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