//FERNANDO PESCIOTTA// Fábrica de crises




Circula em rodas do PT que o presidente Lula estaria finalmente convencido da necessidade de fazer mudanças mais profundas na comunicação do governo. Nessa versão, a saída de |Paulo Pimenta da Secretaria de Comunicação Social (Secom), é dada como certa.

Perfeito, o governo precisa mesmo de articulações de maior apelo popular, explorar melhor as formas menos tradicionais de comunicação. Como Lula mesmo estaria convencido, seu governo é bom, mas não está se fazendo comunicar com a população.

As mudanças podem ajudar também a amenizar as constantes crises que a briga por espaço político provoca. O caso da Petrobras é exemplar. As novas e profundas especulações de mudança de comando são fruto não da perspectiva de gestão da estatal, mas da disputa por hegemonia entre duas linhas de pensamento dentro do governo.

No momento em que a Petrobras apresenta resultados para lá de ótimos, mergulha numa crise que parece sem fim e sem gestão. Para agravar sua situação perante o mercado financeiro, nomes são especulados sem muita justificativa para o público externo, mas que fazem sentido para os sinais de determinado grupo instalado no Planalto.

Dizer que Aloizio Mercadante pode ser presidente da Petrobras é uma forma de apontar que Lula está do lado dos “desenvolvimentistas” e contra os “fiscalistas”. No final do dia, quem pagou a conta foi o maior acionista da Petrobras, com nova queda do valor da empresa.

Edinho Silva, prefeito de Araraquara, é cotado para colocar ordem na comunicação do governo. Já fez isso na gestão Dilma Rousseff e mostrou competência.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com



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