//FERNANDO PESCIOTTA// Omissão militar



Âncora de um programa que deveria ser jornalístico na rádio Bandeirantes, Marco Antônio Sabino, ex-Globo e ex-dono de assessoria de imprensa, cumpre o papel de lambe-botas do governador e do prefeito de São Paulo. Nesta quinta-feira (8), porém, ele extrapolou.

Assim como muitos por aí, Sabino disse que a operação da Polícia Federal autorizada por Alexandre de Moraes, do STF, contra o miliciano e seus asseclas é um exagero por não haver “provas”.

A alegação deve fazer parte da estratégica da seita, sendo repassada por muito tiozinho em grupos de WhatsApp, por isso é importante contrapor.

Por ignorância ou, mais provável, má-fé, a tese ignora que uma ação policial determinada pelo Judiciário é baseada em fortes indícios de crime e visa exatamente colher provas, que se revelaram à fartura.

A operação expõe um chefe de quadrilha ordenando golpe de Estado, um monte de militar golpista e muitos deles operando como verdadeiros milicianos.

Braga Neto, aquele que sabe muito bem quem mandou matar Marielle Franco, aparece exigindo que sua tropa de choque alvejasse comandantes militares resistentes ao golpe. “Senta o pau nele, inferniza ele e sua família”, ordenou.

Numa reunião ministerial, com tudo e todos sendo pagos com dinheiro público, o general Heleno foi flagrado babando e sugerindo virar a mesa antes da eleição. Nessa reunião, o miliciano chamou Lula de “satanás”.

Para o âncora da rádio, se tudo o que está sendo revelado for verdade, a tentativa de golpe foi “tabajara”. Foi mesmo, coerente com todo o governo do miliciano, um governo tabajara.

O golpe só não deu certo porque militares de alta patente se omitiram.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com


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