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//SALETE SILVA// Moradores do Alto das Palmeiras se queixam de salário, falta de creche, lazer e esportes
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Falta de emprego, baixa renda e o custo de vida em Serra Negra são os principais problemas dos moradores do Alto das Palmeiras. Boa parte deles é funcionário público ou empregado de empresas ligadas ao turismo, principal atividade econômica do município.
A renda mensal dos trabalhadores do bairro é insuficiente para cobrir os gastos das famílias e poupar para realizar sonhos como a compra da casa própria ou custear os estudos universitários dos filhos. Essa situação foi relatada por moradores à reportagem do Viva! Serra Negra sob a condição de anonimato.
“Temos uma renda mínima para pagar um custo de vida que é o mesmo do turista”, compara um morador. Ele diz que os preços nos supermercados, bares, restaurantes e estabelecimentos comerciais de forma geral são majorados devido à demanda dos turistas.
“Temos de ter dois ou três empregos para ganhar mais de dois salários e acompanhar esse custo de vida”, diz outro trabalhador. Esse relato vai ao encontro dos dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2021.
O levantamento do IBGE revela que o salário médio mensal em Serra Negra é de 1,8 mínimo. No ranking de salários dos 645 municípios do Estado de São Paulo, Serra Negra ocupa a 572ª posição. O IBGE informa ainda que 24,5% dos domicílios no município têm renda mensal de até meio salário mínimo por pessoa.
No caixa de um estabelecimento comercial do bairro está estampada essa realidade financeira dos moradores. Como não há mais uma caderneta como antigamente, o dono do mercadinho fixa as notas dos devedores num painel ao lado do caixa e aguarda o dia do pagamento.
Os moradores são dependentes dos serviços públicos na área da saúde e educação. A falta de pediatra foi uma das reclamações relatadas pelos moradores. O atendimento nas escolas da rede municipal, que oferece da pré-escola ao 1º ano do ensino fundamental, e nas creches, foi elogiado em especial no que se refere à alimentação.
Os trabalhadores, no entanto, reivindicam a criação de creches para atender os filhos dos moradores que trabalham nos fins de semana e feriados. “Quando tem feriado como este [15 de novembro, proclamação da República], com vários dias, e nos fins de semana, não temos com quem deixar os filhos e a nossa cidade vive do turismo”, disse uma moradora.
Falta no bairro lazer, cultura e esportes para todos os moradores, mas em especial para os jovens. O Centro Esportivo Doutor Mário Pereira dos Santos, o Discão, era a única quadra poliesportiva da região, mas já está fechado há algum tempo e a reforma ainda não foi concluída, lembra um morador.
Os jovens procuram entretenimento em outros municípios e as famílias só contam como opção de lazer os atrativos da cidade que priorizam os turistas e cujo custo está além do poder aquisitivo dos serranos. “Não temos saída, temos de ir onde vão os turistas”, disse um morador.
Apesar do comércio receber atenção especial da Secretaria de Turismo e Desenvolvimento Econômico e outras pastas da prefeitura, comerciantes lamentam não receber o mesmo tratamento dispensado aos estabelecimentos comerciais do centro da cidade. “Nunca fomos convidados para essas reuniões que tratam do comércio e do turismo”, lamentou um comerciante. No Conselho Municipal de Turismo (Comtur) não há nenhuma cadeira ocupada por donos de estabelecimentos dos bairros fora do eixo turístico.
Os moradores lamentaram ainda a ausência de um local ou de funcionamento de uma associação de bairro para que possam se organizar e discutir os assuntos relativos ao Alto das Palmeiras e levar as suas reivindicações ao poder público.
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Salete Silva é jornalista profissional diplomada (ex-Estadão e Gazeta Mercantil) e editora do Viva! Serra Negra.
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Mudanças passam por eleger candidatos que estejam vivenciando essa situação! O ano que vem tá aí, tem eleições, manifeste esses desejos de melhoria de vida votando em gente comprometida com você e não co o seu patrão!
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