Alguns analistas políticos avaliam que o presidente Lula está empurrando com a barriga o possível acordo com partidos mais conservadores para ampliar a base no Congresso. Lula quer ganhar tempo, dizem.
É possível que a tese esteja certa. Lula sabe que quanto mais o tempo passa, maior é a tendência de ampliar sua popularidade com as entregas que o governo vem fazendo e, principalmente, com a melhora no cenário econômico.
Nessa quarta-feira (26), a agência de classificação de risco Fitch deu novo alento a essa suposta estratégia, melhorando a nota de crédito do Brasil. É a segunda agência a fazer esse movimento neste ano, abrindo o caminho para o Brasil voltar a receber o grau de investimento.
O selo de qualidade do crédito do País não é vantajoso apenas para o Estado brasileiro, mas para todas as empresas e instituições, públicas ou privadas. Com ele o custo de captações cai expressivamente.
Uma demonstração disso foi dada na mesma quarta-feira. Logo após o anúncio da Fitch, o risco-país do Brasil caiu ao menor grau em mais de 12 meses. Internamente, o dólar recuou ao menor valor desde abril de 2022 e a Bolsa reafirmou a tendência de alta deste ano.
Para a Fitch, apesar das persistentes tensões políticas desde 2018, o Brasil alcançou “progresso em importantes reformas”. E expôs a expectativa de que “o novo governo trabalhará para melhorias adicionais”.
O cenário econômico mais favorável embala o mundo corporativo. Analistas de investimento estão elevando o preço das ações de empresas, com destaque para o setor de construção, oxigenado pelo Minha Casa, Minha Vida e a volta do financiamento habitacional.
Lula ganha tempo enquanto a economia melhora.
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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com
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