//FERNANDO PESCIOTTA// Vandalismo



O Santos goleou o Flamengo por 4 a 1 neste domingo (25), após vitória de 3 a 1 em Volta Redonda, e avançou às semifinais do Campeonato Brasileiro Feminino. À tarde, na mesma Vila Belmiro, o Flamengo deu o troco no masculino. Ambos os jogos foram sem torcida.

O alvinegro foi punido por mais um ato de vandalismo e selvageria de sua torcida, que na semana passada atirou bombas e sinalizadores no gramado. A pena ainda não está definida, mas deverá ser rigorosa pela reincidência.

Em São Januário, no Rio, a torcida do Vasco gostou do exemplo e fez a mesma coisa na derrota do time para o Goiás. Com o agravante de uma enorme confusão nas ruas próximas ao estádio, onde se ouviu vários tiros.

Torcidas organizadas atacam em toda parte. Ocorrências estão espalhadas por todo o País.

Os estádios mais modernos, entre eles os construídos para a Copa de 2014, praticamente não têm ocorrências desse vandalismo desmedido. São preservados porque são bem estruturados e com ingressos mais caros, é verdade. Aí os vândalos atacam no centro de treinamento, no ônibus, no desembarque em aeroportos e até na casa de jogadores e treinadores.

A questão é que a violência no futebol tomou proporções indesejadas e caminha para uma tragédia. É preciso enfrentar essas máfias que só fazem mal a uma atividade de importância econômica (o futebol responde por 2% do PIB global), social, pela inclusão de jovens de baixa renda e pelo lazer, e cultural.

Não se pode apenas punir o clube, impedindo que os bons torcedores vejam seus times no campo. É essencial identificar, processar, prender e cobrar indenização dos vândalos que usam o status de torcedor uniformizado para praticar ilícitos e, muitas vezes, ganhar para isso.

O envolvimento de governos, MPs, Judiciário e Legislativo é necessário para seguirmos o exemplo da Inglaterra, que um dia acabou com os hooligans.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com

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