//FERNANDO PESCIOTTA// Governador mostra a que veio



Surfando na onda conservadora, aproveitando o apoio da milícia e se posicionando no gosto do reacionarismo paulista, Tarcísio de Freitas chegou ao Palácio dos Bandeirantes carregando uma série de dúvidas sobre o que seria seu governo no Estado mais rico e populoso do País. Nos últimos dias, ele tem conseguido dar as respostas, e não são boas.

Na abertura desta semana, Tarcísio confirmou que pretende reduzir a destinação de recursos para a educação. Pela Constituição brasileira, os Estados são obrigados a reservar 25% do Orçamento à educação. A Constituição paulista, porém, define esse mínimo em 30%, mas Tarcísio quer ignorá-la e se ater aos 25%.

Essa é apenas uma das facetas do governador, que se cercou de apoiadores da pior espécie, próximos do genocida e apaniguados. Exemplo disso é José Vicente Fantini, um de seus muitos assessores especiais.

Ex-policiais, José Vicente e seu irmão, Nelson, fundaram uma empresa chamada CampSeg, flagrada pelo jornal O Estado de S. Paulo usando soldados e equipamentos da Polícia Militar para fazer segurança privada para a Rumo Logística, empresa de infraestrutura que opera no Porto de Santos.

O secretário de Segurança, capitão Guilherme Derrite, que é da mesma patota, reconhece que há irregularidades e mandou “apurar”.

Esse grupo que se aproveita do dinheiro público autorizado pelo governador tem em comum uma relação de irmandade com Eduardo Bolsonaro. Eles também se caracterizam pelo patrocínio de campanhas eleitorais de Tarcísio e de seu padrinho, o genocida.

O governador, de olho no Planalto, agora intensifica seu projeto de transferência da sede do governo estadual para o Centro de São Paulo. Sua intenção é construir toda a infraestrutura gerencial na região da cracolândia, sem nenhum cuidado social.

Vislumbra, com isso, matar dois coelhos com uma cajadada só: acabar com a cracolândia, o que é um equívoco, e arrumar dinheiro para patrocinar sua campanha presidencial. 

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com


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