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Nunca antes na história deste País uma reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central foi tão aguardada quanto a desta semana.
Há pelos menos 45 dias têm sido intensas as pressões para que o comitê comece a trajetória de queda da taxa básica de juros (Selic).
Na sua última reunião, na virada de janeiro para fevereiro, o Copom já contraiu expectativas ao manter a taxa em 13,75% ao ano. Descontada a inflação, significa que a taxa real é de 8%, uma exorbitância naturalmente, e ainda mais promíscua se comparada às taxas negativas de países desenvolvidos e mesmo de outros emergentes.
Como lembram analistas, desde a última reunião do Copom, a inflação caiu, o governo reonerou os combustíveis, o que melhora as contas públicas, a economia se mostrou mais desacelerada e o arcabouço fiscal está a caminho, assim como a reforma tributária.
Acrescente-se ao cenário a eclosão da crise bancária global, cuja principal causa é o receituário liberal das economias capitalistas de elevar juros para combater a inflação sem mecanismos de compensação.
Em evento realizado no BNDES nesta segunda-feira (20), o vice-presidente Geraldo Alckmin, ministro da Indústria e Comércio, disse acreditar que o bom senso fará cair a Selic.
Ele justificou que “o mundo todo” está operando com juros reais “negativos” e que não há inflação de demanda no Brasil.
O economista André Lara Resende, historicamente ligado ao PSDB e ao Plano Real, voltou a criticar as taxas. Afirmou que a soma de juros altos e impostos elevados são entraves ao crescimento econômico.
No mesmo evento, Joseph Stiglitz, Nobel de Economia de 2001, disse que o Brasil vem sobrevivendo a uma “pena de morte”, ao se referir aos juros.
“É chocante a taxa de vocês. Os 8% de taxa real são do tipo de juros que vão matar qualquer economia. Na verdade, o impressionante no Brasil é que o País sobreviveu ao que seria de fato uma pena de morte”, afirmou.
O anúncio do Copom será feito no começo da noite desta quarta-feira (22).
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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com
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