//POLÍTICA// Na Câmara, uma sessão de ataques ao "Viva! Serra Negra"

Vereador Ney: "O problema é que todos sabem que você fala A e vai o que você não falou"


A sessão da Câmara Municipal desta segunda-feira, 13 de fevereiro, foi marcada por discussões entre vereadores sobre a programação oficial do Carnaval, que não incluiu eventos direcionados a jovens e adolescentes, e principalmente por ataques do vereador César Augusto Borboni, o Ney, ao portal Viva!Serra Negra pela publicação "Disputa política pode levar ao fechamento do Hospital Santa Rosa de Lima", produzida com base em gravações da reunião do mês de janeiro do Conselho Municipal de Saúde.

"Temos de ter cuidado com a mídia porque a mídia às vezes vem falando e quando você não protesta parece que aquilo que você está repetindo por várias vezes é uma verdade. A prefeitura de Serra Negra está fazendo a parte dela. As críticas que estão sendo feitas nas redes sociais não são construtivas", disse Ney.

O vereador se referiu às declarações do secretário da Saúde, Ricardo Minosso, de que dependendo do resultado das eleições para a renovação da Associação Santa Casa de Misericórdia de Serra Negra, mantenedora do Hospital Santa Rosa de Lima, a prefeitura poderá assumir apenas o Pronto-Socorro e terceirizar os serviços do centro cirúrgico e internação.

"Dependendo do que ocorrer no hospital, ninguém quer que o hospital feche, só que dependendo do que acontecer, nós já estamos trabalhando com a possibilidade da prefeitura assumir o Pronto-Socorro, todo o RH, enfermagem, recepção dentro daquele espaço que tem cessão de uso de dez anos. Centro cirúrgico e internação vou comprar fora. Esse é o cenário que não queremos. Mas em 30 dias o hospital fecha. Se fechar, a gente fica só com o Pronto-Socorro e a gente terceiriza o resto", disse o secretário na reunião do Conselho Municipal de Saúde. 

A chapa encabeçada pelo atual provedor, Renato Cazotto De Santi, seria apoiada pela prefeitura, que repassa atualmente R$ 800 mil mensais à instituição. Na reunião do conselho, o secretário manifestou receio de a prefeitura não conseguir dar prosseguimento ao atual bom relacionamento entre a Secretaria de Saúde e a direção do hospital, caso seja eleita a chapa da oposição.

"Eu não acredito que o secretário Ricardo tenha dito o que foi dado publicidade", disse Ney. O secretário teria dito ao vereador que as informações "foram tiradas de um contexto da reunião". "Ele disse, o problema é que todos sabem que você fala A e vai o que você não falou. Transforma no que você falou, pega de um contexto de uma reunião de saúde como se aquilo fosse verdade. Não é verdade, o Ricardo não disse aquilo, foi categórico. Tirou de um contexto da reunião", disse Ney.

A declaração do secretário Ricardo Minosso foi gravada pela reportagem do Viva! Serra Negra.

O vereador lembrou que os repasses da prefeitura para o Hospital Santa Rosa de Lima e qualquer alteração nos recursos municipais para a instituição têm de ser aprovadas pela Câmara Municipal. "O que vai chegar para nós é a alteração, a prefeitura não consegue dar dinheiro para o hospital se não aprovar aqui. A prefeitura não consegue tirar um serviço se ela não passar pela Câmara", afirmou.

Programação para jovens

O vereador Ney também fez referências às críticas à programação do Carnaval feitas pelos jornalistas Carlos Motta, Salete Silva e Roberto Torrecilhas, no programa Fala Serra Negra, que vai ao ar às quintas-feiras às 18h30. Os jornalistas lembraram que o vereador quando era secretário do Turismo e Desenvolvimento Econômico vetou a execução do funk, estilo musical nascido nas periferias das grandes cidades, na programação oficial carnavalesca.

Ele explicou que proibiu a execução desse ritmo com base em dados do então delegado de Polícia, que atribuíam o aumento da violência entre os jovens à execução do funk. A vereadora Anna Beatriz Scachetti rebateu a explicação: "Na época acompanhei a discussão, vim assistir à sessão da Câmara e não sei exatamente quanto a gente pode dizer que a culpa da violência tem a ver com o estilo musical tocado", afirmou.

Anna Beatriz disse que a reportagem sobre a proibição do funk em Serra Negra foi publicada pela mídia nacional e que quando procurada por uma revista para conceder entrevista sobre o assunto, percebeu uma conotação negativa por parte da reportagem. "Era uma conotação de que a prefeitura estava impedindo um estilo musical, meus colegas do curso de Direito perguntavam o que estava acontecendo em Serra Negra", relatou.

A vereadora também comentou a extensa lista de eventos turísticos, que inclui festa italiana e peça teatral do Peter Pan entre os eventos destinados a jovens. "O senhor trouxe lista de eventos por parte da prefeitura voltada para a parte turística, por que os jovens não se sentem representados por essa programação?", perguntou. Ela sugeriu a criação de um Conselho Municipal da Juventude para ouvir os jovens.

O vereador Ney disse que vai encaminhar o pedido de debate com os jovens ao prefeito Elmir Chedid. 




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