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Sessão inaugural da nova sede da Câmara Municipal elegeu nova mesa diretora |
A sessão inaugural da nova sede da Câmara Municipal de Serra Negra, na Praça Sesquicentenário, segunda-feira, 12 de dezembro, foi marcada por discussões sobre a eleição da mesa diretora para os próximos dois anos. O grupo político comandado pelo prefeito Elmir Chedid (União Brasil) apresentou, na última hora, uma chapa que recebeu sete dos 11 votos e elegeu Wagner Del Buono à presidência da Casa.
A chapa, que não incluiu a vereadora Viviani Carraro (Avante), acabou retirando as mulheres da direção da Câmara. Ela acomodou três dos quatro vereadores da situação interessados na presidência e excluiu a vereadora Anna Barbara Regiani Magaldi (União Brasil), que ocupava a 2ª Secretaria e abriu mão de disputar o cargo.
O vereador Eduardo Barbosa (União Brasil) desistiu de concorrer à presidência e aceitou o cargo de vice-presidente. O líder do prefeito na Câmara, Beraldo Cattini (PSC), que também pleiteava a presidência, se conformou com a cadeira de 2º vice-presidente. O ex-presidente da Casa, César Augusto Borboni (PSC), o Ney, ocupou a vaga de 1º secretário, e Rosimar Gonçalves (Republicanos) a de 2º secretário.
Roberto: sem proporcionalidade |
A oposição apresentou duas chapas para tentar garantir a representatividade de todos os partidos e uma cadeira para as mulheres, mas foi atropelada pela estratégia da situação. O vereador Roberto de Almeida usou a tribuna de forma praticamente inédita para manifestar sua indignação.
"É impossível não usar a tribuna para dizer o que está acontecendo na Casa. Nós repetimos o mesmo erro de janeiro de 2021, a composição da mesa não segue a proporcionalidade, mais uma vez temos um partido privilegiado em detrimento de outros. A vereadora Viviani, do partido Avante, mais uma vez está fora da mesa, quando o partido PSC tem dois representantes", disse Almeida.
O vereador acusou o ex-presidente da Casa de omissão por não interferir para evitar a exclusão de Viviani na nova mesa diretora. "O senhor poderia ter interferido na composição e não o fez, desta vez o senhor foi omisso", afirmou.
O vereador informou que a Executiva Municipal do Avante deverá entrar com mandado de segurança para cancelar a eleição. Almeida alertou para o impacto dessa manobra e do impasse na eleição no andamento da Câmara no próximo ano. "Sei que o partido dela entrará com mandado de segurança e vamos começar 2023 com problemas dentro da Câmara por razões que poderiam ser resolvidas", salientou.
Viviani: sem democracia |
Viviani, que se emocionou ao ponto de chorar, acusou a Câmara de antidemocrática e lembrou que na eleição passada aceitou sua exclusão da mesa por desconhecer o regimento que prevê a proporcionalidade partidária. A vereadora disse que tem sido alvo de deboche de políticos da cidade por ficar de fora da direção e não contestar sua exclusão da mesa.
A apresentação de uma chapa da oposição na última hora pegou a vereadora de surpresa. "Eu achava que éramos democráticos, agora o que foi feito hoje não é democracia. Para mim foi uma decepção e não sei quem montou essa chapa", afirmou se referindo à combinação dos vereadores da situação.
A vereadora utilizou ainda citações bíblicas em seu pronunciamento. "Não incluir o Avante está errado, vou orar, as autoridades são constituídas por Deus, eu falei para o Waguinho [Wagner Del Buono] se Deus quis isso eu sei por quê e o senhor também sabe", afirmou. "Mas como diz a palavra de Deus tudo o que está oculto será descoberto", afirmou.
O principal argumento utilizado por Ney para defender a legalidade das eleições é a de que a vereadora teve a chance de disputar a presidência. "A senhora protocolou uma chapa disputando contra a gente", argumentou.
Ney responsabilizou Marco Bueno, líder do grupo da oposição e adversário político do prefeito Elmir Chedid, sem se referir diretamente a ele, por provocar a desavença entre os vereadores da situação e oposição. Bueno teria feito propostas de composição de chapa com vereadores da situação interessados em presidir a Câmara e teria até telefonado ao prefeito Elmir Chedid.
Ney chegou a pedir desculpas à vereadora e negou que a estratégia que a excluiu teria sido por motivações pessoais. "A gente viu sua emoção, entende, mas não caia na de pessoas que não entendem o processo aqui. Não tenha isso como uma afronta. Se a senhora ficou chateada, aceite meu pedido de desculpas", afirmou. A vereadora abandonou o plenário antes de Ney encerrar sua última sessão como presidente da Casa.
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