//MARCELO DE SOUZA// O novo Plano Diretor: vagas de estacionamento



Nas edificações para uso não residencial o Plano Diretor que está sendo formulado exige uma vaga para cada 60 metros quadrados. Essa exigência é importante para não usar demasiadamente as vagas nas ruas e atravancar ainda mais a fluidez do trânsito na cidade.

Para funcionar, será essencial um trabalho eficiente do setor de fiscalização da prefeitura e adotar política pública de forma a incentivar naturalmente que estabelecimentos comerciais que provocam impactos na fluidez mudem, paulatinamente, de endereço.

Igrejas nas igrejas

Há uma incoerência quando se observa que o plano exige apenas uma vaga para cada 100 metros quadrados de uma igreja (ou similar), já que parece óbvio que igrejas promovem grande concentração em determinados horários, impactando o tráfego na rua e adjacências. 

Antes da Lei 2.900/2005 era uma vaga para cada 10 metros quadrados nas igrejas. Não sei por que a exigência foi mudada de 10 para 100 metros. 

Alguém sabe? 

Zonas de Atividades 

Econômicas nos bairros

Hoje o comércio se concentra no Centro. Se o morador do São Luiz ou do Alto das Palmeiras precisa de uma aspirina tem que descer o morro ou pedir ao vizinho.

Considero imprescindível se prever Zonas de Atividades Econômicas (ZAEs) ao longo dos corredores viários que cortam os bairros. 

Portanto, o plano já deveria delimitar onde serão as áreas permitidas para atividades econômicas (padarias, farmácias, papelarias etc), por exemplo, ao longo do corredor Quaglio-Argentini. 

Essa delimitação prévia é até importante para que seja cumprida a exigência de uma vaga de estacionamento para cada 60 metros quadrados indicada no plano. Caso contrário, o empresário vai comprar ou alugar uma edificação cuja arquitetura não previa o uso para a atividade econômica e continuaremos a ver a busca por vagas e automóveis atravancando o passeio público ou literalmente estacionados sobre as calçadas.

NO PRÓXIMO ARTIGO: DESCONFORMIDADES

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Marcelo de Souza é engenheiro civil





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