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Volta da covid-19

O secretário de Saúde, Ricardo Minosso, admitiu em reunião do Conselho Municipal de Saúde, realizada na segunda-feira, 7 de outubro, que tem recebido da Secretaria Estadual alerta sobre o aumento dos casos de internação por covid-19 no Estado de São Paulo. “Temos informes da secretaria alertando para o aumento de casos de covid-1919, novas internações, casos mais leves, mas que estão ocupando leito de UTI”, afirmou.

Baixa vacinação

Minosso informou que a taxa de vacinação da terceira e em especial da quarta dose ficou abaixo das expectativas e do ideal para a imunização coletiva. As doses estão disponíveis nos postos de saúde. A quarta dose no município é oferecida para as pessoas com mais de 35 anos, embora, segundo Minosso, o Estado disponibilize a quarta dose apenas para os cidadãos com mais de 40 anos. “Liberamos porque há vacinas no estoque”, explicou. A quinta dose é oferecida apenas às pessoas imunossuprimidas, com comprometimento no sistema imunológico. 

Crianças sem imunização

Quase três anos após o início da pandemia, o Brasil ainda não dispõe de vacinas suficientes para as crianças. O secretário não informou qual é a taxa de vacinação entre as crianças de zero a seis anos no município. A situação mais grave é das crianças de zero a seis meses, que foram autorizadas pela Anvisa a serem imunizadas com a vacina da Pfizer, mas não há doses disponíveis. “A gente tem problema com a Pfizer, com distribuição menor. Só enviam doses para reforço”, disse Minosso. Entre as crianças de três a quatro anos, a estimativa é de que apenas 5% delas estejam vacinadas no país.

A hora é agora

A expectativa do secretário é que com o salto no número dos casos de contaminação, aumente este mês a procura pela vacinação dos que estão com a dose atrasada. Sua previsão é que a demanda pela vacina volte a cair em dezembro, quando a população evita a vacinação com receio de eventuais efeitos colaterais nas vésperas das festas de fim de ano e de viagens programadas. A prefeitura ainda não atualizou o boletim com o número de casos de covid-19 nem anunciou novas medidas de segurança. Na sexta-feira, 11 de outubro, publicou em suas redes sociais um comunicado alertando para o aumento dos casos no Estado e recomendando que as pessoas usem máscaras em locais fechados, mantenham distanciamento e façam higienização das mãos.

Onde deixar as crianças?

Lideranças empresariais da cidade divergem sobre a proposta de construção de uma creche para que os trabalhadores deixem seus filhos nos fins de semanas e feriados que precisam trabalhar. O assunto foi discutido na sessão da Câmara Municipal de segunda-feira, 7 de outubro. Não há consenso entre os vereadores sobre o assunto. A Câmara aprovou requerimento para saber se o prefeito pretende construir uma creche com essa finalidade.

Responsabilidade dos pais

O presidente da Associação Comercial e Industrial (Acia) de Serra Negra, Tiago Jardim, considera que a criação de uma creche para fins de semanas e feriados é “dar subsídios para que pais submetam seus filhos a estarem todos os dias em uma creche”. Isso seria, na sua avaliação, prejudicial ao desenvolvimento da criança. “Além de que é tercerizar e isentar os pais de suas responsabilidades”, concluiu em nota enviada ao Viva! Serra Negra.

Cidade turística

Tiago reconhece, no entanto, que há famílias que necessitam de rendas suplementares e que enfrentam dificuldades de conciliar os cuidados com os filhos e os horários de trabalho, em especial numa cidade que tem como principal atividade o turismo. “Contudo, acredito que as soluções para esse tipo de problema não devem estar a cargo do sistema de educação, mas devem ser de caráter econômico e trabalhista”, afirmou.

Trabalho comprovado

A presidenta da Associação dos Hotéis Bares e Similares (Ashores) de Serra Negra, Cibele Dib, considera que oferecer creches para que os trabalhadores possam deixar seus filhos nos domingos e feriados é essencial em uma cidade turística como Serra Negra. A empresária avalia que a apresentação de uma declaração de trabalho fornecida pelo empregador evitaria que a creche fosse utilizada por pais que não estiverem de fato trabalhando. “Como a cidade é turística, é importante a abertura de creche nos fins de semana, mas somente para filhos de mães que comprovem estar trabalhando nesse período. Esta regra deve ser obedecida”, concluiu.

Lugar seguro

A psicopedagoga que atua nas áreas clínica e institucional em Serra Negra Valéria Buchala, avalia que não há prejuízos cognitivos e emocionais para as crianças se a creche contar com profissionais capacitados para acolher e realizar atividades lúdicas e educacionais enquanto os pais trabalham. Ela avalia que as creches são muito mais seguras para os filhos. “Se a mãe está no comércio ou outro lugar a criança está muito mais segura onde há profissionais para orientá-las”, explica.

Vínculo familiar

Valéria avalia ainda que não há riscos de quebra de vínculos da criança com  a família, em especial se as atividades realizadas envolverem parentes e pessoas próximas, como irmãos e primos. “É um trabalho diferenciado do dia a dia da creche que envolve pesquisa, leitura para as crianças e atividades lúdicas que podem incluir irmãos, primos e parentes”, afirmou. Ela reconhece que para os professores e atendentes que já atuam na rede municipal pode ser exaustivo estender a jornada de trabalho para fins de semanas e feriados, mas a prefeitura poderia contratar profissionais da iniciativa privada. “Há professores da rede particular e profissionais que atuam em clínicas que estariam dispostos a realizar esse trabalho”, afirmou.

Casos de sucesso

Valéria relatou que o funcionamento de creches nos fins de semana e feriados é comum em cidades do interior do Estado. Ela citou como exemplo São José do Rio Preto. “Há creches em São José do Rio Preto nos bairros onde funcionam fábricas e shoppings para atender os trabalhadores”, relatou. As atividades realizadas com as crianças nesses locais são abertas aos familiares que estiverem disponíveis.

Funcionalismo público

A administração municipal parece viver um dilema entre prestigiar os servidores concursados com planos de carreiras e contratar novos funcionários por meio de empresas terceirizadas. Na segunda-feira, 7 de outubro, enquanto o secretário de Saúde, Ricardo Minosso, apresentava aos conselheiros municipais as vantagens da terceirização dos serviços, desde o setor de limpeza até o corpo clínico, na sessão da Câmara Municipal, os vereadores aprovavam um requerimento solicitando informações ao prefeito sobre o plano de carreira do setor público, que já estaria em andamento no Executivo.

Profissionais terceirizados

A Secretaria de Saúde tem optado pela terceirização de serviços nos setores de enfermagem, transporte e em especial na recepção, que já conta com pelo menos 20 funcionárias contratadas por esse sistema. A contratação de empresa terceirizada não reduz os custos da prefeitura, mas, segundo Minosso, facilita a relação do gestor com o funcionário. “Em questão de valor talvez empate, mas ganha na produção e na facilidade que eu tenho como gestor”, afirmou. Se o empregado não cumprir o combinado, o gestor pode pedir o seu desligamento em até 48 horas. A empresa, o secretário argumenta, substitui o funcionário rapidamente. “A demissão ou admissão fica por conta da empresa, não é mais problema meu”, concluiu.

Novo sistema

A expectativa de Minosso é expandir os serviços da saúde por meio de contratações terceirizadas. Os concursos devem ser mantidos para substituir os quadros já existentes, mas os novos funcionários serão admitidos por empresas terceirizadas. Este é o caso, por exemplo, do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que deverá entrar em funcionamento nos próximos dois meses. Motoristas e enfermeiros serão terceirizados. O secretário explicou que é possível terceirizar qualquer serviço da área da saúde, inclusive a hospitalar. “Se quiser montar um hospital você terceiriza limpeza, recepção, enfermagem e médicos”, afirmou. Minosso garantiu, no entanto, que a terceirização ainda não chega a 15% dos serviços prestados pela secretaria.

Atestados e ciúmes

Um dos principais problemas apontados por Minosso entre os funcionários concursados é o excesso de atestados médicos. “Entre o pessoal de transportes e enfermagem são atestados constantes de 10 dias, 15 dias”, reclamou. Essas são as duas áreas em que na sua avaliação a mão de obra terceirizada dá melhores resultados do que os concursados. Outro problema são os ciúmes dos concursados em relação aos terceirizados. “Em vez de vestir a camisa e trabalhar junto, preferem trazer atestados”, afirmou. Para o secretário, a mão de obra terceirizada é mais comprometida com os serviços.

Plano de carreira

Na contramão da tendência observada na Secretaria de Saúde, a expectativa dos vereadores é que o prefeito valorize os funcionários concursados e acelere os estudos sobre o plano de carreira destinado a todos os servidores municipais. A educação é a única área que já conta com regras para a expansão da carreira. A saúde é considerada pelos vereadores o setor mais necessitado de um plano de carreira. “No primeiro dia do meu mandato fiz um requerimento solicitando ao prefeito informações sobre o plano de carreira para a área da saúde”, afirmou o vereador Roberto de Almeida.

Mais Médicos

A falta de médico nos postos de saúde da cidade é um problema que se arrasta desde praticamente o início do ano. Até recentemente, era quase impossível agendar uma consulta em pelo menos três Unidades Básicas de Saúde (UBS): São Luiz, Nova Serra Negra e Alto das Palmeiras. Os agendamentos estão começando a se regularizar com a contratação de três médicos para plantões de 40 horas, um deles por meio do programa Médicos do Brasil, o antigo Mais Médicos, que deverá voltar a ter o nome original no governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. “Contratamos três médicos por 40 horas e estamos buscando mais dois”, afirmou Minosso.

Luzes de Natal

A prefeitura saiu na frente do comércio e inaugurou sua decoração de Natal. Dos cerca de 600 estabelecimentos comerciais do município, nem meia dúzia já está com a vitrine ou a fachada decorada. A Associação Comercial Industrial e Agrícola de Serra Negra (Acia) lançou um concurso para estimular a decoração das lojas. Os interessados podem se inscrever no link: https://forms.gle/GEPxiTq6XhB1bCxL8

Horário estendido

Os comerciantes também não anunciaram se pretendem estender o horário de funcionamento das lojas nas semanas que antecedem o Natal. A Acia deverá lançar uma campanha para estimular os lojistas a manter as portas abertas até mais tarde. O ritmo das vendas, no entanto, é desanimador. Os atos golpistas contra o resultado das eleições já atrapalharam as vendas do feriado de Finados e têm sido apontados como um dos fatores da desaceleração do movimento nos últimos dias. 

Graças a Deus

Nem Deus ficou fora do discurso do prefeito Elmir Chedid na abertura dos festejos oficiais de fim de ano na cidade, sexta-feira, 11 de novembro, em frente do Paço Municipal. Elmir lembrou da divindade quando a agradeceu por ter permitido que a chuva, que havia começado à tarde, parasse. Além de Deus, o prefeito fez referência a seu pai, Jesus Chedid, falecido este ano, ao vice-prefeito Bimbo, também falecido, aos secretários municipais e aos "duzentos funcionários" que trabalharam na organização do Natal oficial. Foi muito aplaudido. Grande parte da plateia presente era de servidores municipais.

Esquecimento

O secretário mais citado pelo prefeito em seus agradecimentos à equipe que organizou as festividades de fim de ano foi o de Serviços Municipais, Divaldo De Santi. O diretor de Cultura, Oscar Brolezi, que se encarregou de arregimentar os artistas e montar o calendário de apresentações musicais, foi esquecido por Elmir. 

Terra amada

Elmir não se esqueceu, porém, de proclamar o seu amor por Serra Negra, que, segundo disse, vai receber 200 mil visitantes neste fim de ano, que trarão para a cidade, pelos seus cálculos, R$ 35 milhões. Ele acredita que os turistas que virão a Serra Negra vão se encantar tanto com a recepção que terão aqui que convencerão outros a visitar o município. "Eu amo Serra Negra", disse, quase gritando, para em seguida enaltecer a qualidade de vida da cidade, cuja renda média é uma das mais baixas da região.  

Apelido 

O vereador Wagner Del Buono, o Waguinho do Hospital, assumiu o apelido dado por esta coluna aos edis desta Legislatura, que aprovam, sem discussão e por unanimidade, todos os projetos de lei que o Executivo envia à Câmara Municipal. Na cerimônia de lançamento do Natal oficial deste ano, Waguinho, em seu discurso, lembrou que ele e seus colegas também foram responsáveis por dar condições à prefeitura de organizar as festividades do fim de ano, por terem aprovado verbas para tal. "Não somos aprovadores, como nos apelidaram", disse. Mas quem só aprova, o que é?

Audiências privadas

Duas audiências públicas sobre o Plano Diretor do município que vai substituir o atual, vencido desde 2016, foram feitas na quinta e sexta-feiras, 10 e 11 de novembro, no Centro de Convenções. Detalhe: a prefeitura informou que haveria o evento apenas algumas horas antes de seu início, em sua página no Facebook. Menos de 20 pessoas, metade pessoal da prefeitura, compareceram. Dessa forma fica difícil acreditar que o longo processo para a elaboração desse novo Plano Diretor é sério. O que seria de interesse de toda a população ficou restrito à minoria da minoria. 

Chá de sumiço

Alguém sabe onde se encontra o Castramóvel e se ele ainda funciona? E o contêiner doado pelo governo do Estado que tinha a mesma função do Castramóvel? E as 35 lixeiras para material reciclável entregues à cidade em junho pelo Consórcio de Saneamento Básico da Região do Circuito das Águas? Sumiram? 

Sessão ordinária

A sessão da Câmara Municipal desta quarta-feira, 16 de novembro, teria tudo para ser uma das mais importantes do ano. Afinal, vai passar pelo crivo dos vereadores o projeto de lei do Executivo que estima a receita e fixa a despesa do município para o exercício financeiro de 2023, ou seja, o Orçamento municipal. Mas dificilmente a população assistirá a um debate sério sobre esse tema primordial para a vida da cidade. Como informou o prefeito Elmir Chedid no seu discurso de inauguração das festas oficiais de fim de ano os vereadores, costumam se reunir antes das sessões para acertar os ponteiros sobre como vão votar. Invariavelmente, os votos são unânimes, sempre aprovando o que o prefeito envia ao Legislativo, sem que a população tenha oportunidade de saber exatamente o que é aprovado ou por que é aprovado.  



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