//MARCELO DE SOUZA// O novo Plano Diretor: que cidade queremos?



Parece que estamos adotando conceitos urbanísticos de cidades de maior porte, localizadas em áreas de topografia mais suave para uma cidade pequena localizada em região montanhosa e que tem vocação predominante para o turismo e atividades ao ar livre junto a natureza.

Parece que estamos deixando de lado, ou para resolver no futuro, sérios problemas de mobilidade e acessibilidade que já existem e afetam a população e que possivelmente irão piorar com o plano diretor proposto.

Muitas das áreas previstas para Zonas Predominantemente Residenciais (ZPRs), Zonas de Expansão Controlada (ZECs) e Zonas de Ocupação Prioritária (ZOPs) são topos de morros e vertentes com importância para recarga de aquíferos e, com a ocupação na densidade pretendida e sem cuidados específicos, a infiltração poderá diminuir e, possivelmente mais fontes poderão secar. Vale lembrar https://www.vivaserranegra.com/2019/05/fala-cidadao-fonte-que-nasce-do-poco.html

Estamos deixando de lado a paisagem verde montanhosa para encher de edificações que podem alcançar até quatro andares. Na verdade, se a posição do térreo não for devidamente amarrada com relação ao nível da rua, edificações poderão alcançar mais de 16 metros de altura (mais de seis andares).

Não achei no novo Plano Diretor uma amarração do nível do térreo em relação ao nível da rua.

Normalmente as cidades impõem, por exemplo, que o térreo fique no máximo a 1,50 metro acima e no máximo 1,0 metro abaixo da cota média da rua. Essa foi uma das sugestões das diversas que foram encaminhadas por e-mail para a equipe técnica da Geobrasilis no dia 16/11/2022 e para a Ouvidoria no dia 18/11/2022, já que a Geobrasilis não respondeu e nem confirmou o recebimento do e-mail e anexos.

NO PRÓXIMO ARTIGO: Por que não o IPTU verde?

------------------------------------

Marcelo de Souza é engenheiro civil



Comentários