//FERNANDO PESCIOTTA// O efeito do PIB na nossa vida



O crescimento do PIB no primeiro trimestre, de 1,0%, foi comemorado pelo ministro Paulo Guedes e pelo governo. Mas eles só querem nos enganar.

A expansão do PIB se deu basicamente pelo crescimento do setor de serviços, por causa da retomada após o período mais agudo da pandemia.

O setor de serviços é marcado por empregos precários, com mão de obra menos qualificada do que a indústria, mais barata e mais temporária.

Assustou o tombo de 7,2% do setor de investimento, ante o mesmo período do ano passado, ou de 3,5% em relação ao quarto trimestre de 2021. Significa que não estão sendo construídas plataformas para o crescimento, não há interesse do capital em expandir os negócios.

Outro dado alarmante é a queda de 8% da agropecuária, na comparação com o primeiro trimestre de 2021. Ante o trimestre anterior, caiu 0,8%.

Esse recuo se deu por causa de efeitos climáticos e, principalmente, pela retração do mercado de hortifruti. Em outras palavras, é consequência da queda da renda das famílias.

Com menor demanda, o produtor planta menos e isso retroalimenta a inflação. Sinal de que o futuro próximo não é nada animador, a despeito das bravatas de Paulo Guedes.

A somatória desse contexto sustenta o pessimismo dos analistas. Segundo eles, as perspectivas para o segundo semestre continuam sendo ruins. Provavelmente a economia terá um indicador de crescimento, mas pífio e insuficiente para trazer alguma sensação de prosperidade para as famílias.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com



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