//FERNANDO PESCIOTTA// Ódio de mulheres



O governo Bolsonaro transformou a semana que deveria ser de homenagem à mulher numa demonstração explícita de misoginia.

De olho na forte rejeição do público feminino à sua reeleição, o genocida usou o Dia Internacional da Mulher para fazer um evento no Planalto sobre a participação feminina na política.

No centro do debate estavam cinco homens e nenhuma mulher. Claro, seu lugar é na plateia ou na cozinha. Foi a oportunidade para Bolsonaro dizer que a mulher “está praticamente integrada à sociedade”.

É famosa a cena na qual Bolsonaro aparece dizendo à deputada Maria do Rosário que ela merecia ser estuprada, mas ele não o faria porque ela é feia.

O ministro da Educação, Milton Ribeiro, aproveitou a semana para dizer que as mulheres já podem “escolher a cor da unha e os sapatos que vão calçar”.

Essa gente se elegeu de mãos dadas com Arthur do Val, que vê a mulher como produto de consumo e para quem as ucranianas “são fáceis porque são pobres”.

Esses caras nos representam. Em 2021, uma mulher foi vítima de feminicídio por dia em São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Pernambuco e Ceará, segundo dados da Rede de Observatórios da Violência.

A maioria dos casos de assassinatos e de violência de vários tipos se concentra em São Paulo, o Estado mais rico da Federação e onde houve aumento de 27% nas ocorrências em relação a 2020.

O resultado mostra que incentivos oficiais para a violência contra a mulher não faltam. 

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com


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