//FERNANDO PESCIOTTA// Lula, dólar e o risco Bolsonaro



Em entrevista à GloboNews na segunda-feira (14), o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que o mercado financeiro já “precificou” uma vitória de Lula.

Logo depois, analistas disseram à mesma emissora, eterna crítica do PT e de Lula, que se Bolsonaro estivesse em primeiro lugar nas pesquisas de intenção de voto o dólar estaria cotado na casa dos R$ 6,00.

Nesta terça-feira (15), o dólar fechou em queda de 0,74%, a R$ 5,18.

Para o canal da Globo, “por dinheiro e contra Bolsonaro, o mercado financeiro ‘topa’ Lula”.

A imprensa revelou que o economista Carlos Kawall, depois de longa carreira em instituições financeiras, deixou o Grupo Safra para se tornar produtor de vinho. Agora se diz que na verdade ele está montando uma equipe econômica para Lula.

No dicionário financeiro, quando o presidente do BC diz que o mercado já precificou a vitória de Lula, quer dizer que não se espera nenhuma reviravolta ou riscos econômicos se o petista de fato ganhar.

O dólar pode parecer uma questão distante para o cidadão comum, que não tem recursos e não pretende viajar ao exterior. Mas não é bem assim.

A moeda norte-americana é componente relevante na inflação brasileira. Muitos produtos consumidos por aqui têm preços em dólar. A começar pelo pãozinho da padaria, que depende do trigo importado. E passando pela gasolina, cuja matéria-prima é cotada em dólar.

O dólar alto é uma das razões para o fato de os mais pobres terem uma inflação que é o dobro da inflação dos mais ricos.

Com a esperança de Bolsonaro ser página virada, a inoperância de Paulo Guedes e pela reação dos investidores, o mercado financeiro começa a reconhecer que o genocida é um péssimo negócio. 

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com




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