//FERNANDO PESCIOTTA// Fraude na cloroquina



Começa a ficar bem óbvia a razão de Bolsonaro condenar a vacina contra a covid-19 e ser tão ferrenho defensor da cloroquina. Tudo se explica.

Após investigação, o Tribunal de Contas da União concluiu que há "indícios robustos" de fraude em licitações por parte da empresa que forneceu ao Exército o insumo necessário para a produção de cloroquina.

A fraude não teria sido uma coisa localizada, uma oportunidade que apareceu na frente dos fardados que rondam Bolsonaro.

De acordo com o TCU, cujos integrantes são indicados pelo governo de plantão, a fraude teria ocorrido em 26 licitações.

No caso da empresa citada, a Sulminas o faturamento de R$ 3,8 milhões observado em 2018 triplicou para R$ 12,8 milhões em 2020, quando começaram a pandemia e o discurso oficial em defesa da cloroquina.

Se o tribunal estiver certo, os militares que sustentam o governo do genocida aproveitaram a pandemia para faturar dinheiro com corrupção. Enquanto milhares de brasileiros morriam por falta de vacina, o governo insistia no discurso contrário ao isolamento e na defesa da cloroquina.

Óbvio, quando mais o remédio sem eficácia era difundido, mais se justificava sua produção fraudulenta.

Ao custo de mais de 630 mil mortos, os militares compraram 900 quilos de sal difosfato, que resultaram em 3,2 milhões de comprimidos de cloroquina só em 2020. Não tivesse o discurso oficial pró remédio sem eficácia, iam fazer o que com esse mar de comprimidos?

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com



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