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Fernando Pesciotta


Desde o começo da pandemia, o Brasil vive uma explosão de pobreza, fruto das medidas contra a covid-19 e, principalmente, da falta de planejamento e olhar socioeconômico do governo.

Segundo levantamento da FGV, com base em dados da pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios (Pnad) Contínua, do IBGE, eram 23,1 milhões de brasileiros com renda per capita de até R$ 261 por mês em 2019. Ou seja, 10,97% da população, o que já era uma aberração.

Com o pagamento do auxílio emergencial, essa massa caiu drasticamente, para 9,8 milhões de pessoas. Ainda assim, o equivalente quase às populações do Uruguai e Paraguai somadas.

Com o fim do auxílio emergencial, esse contingente explodiu. O Brasil passou a ter 34,3 milhões de pessoas abaixo da linha da pobreza, 24,5 milhões a mais do que nos seis meses anteriores. É o equivalente a 16,1% da população.

O próprio Ministério da Cidadania, responsável pelos programas sociais do governo, reconhece que 68,26 milhões de pessoas deveriam receber o auxílio emergencial.

Mas há outras prioridades, como pagar os generais, os bilhões em emendas secretas e a orquestra militar que toca ópera nazista, e os pobres ficam mais pobres.

Novos dados indicam que mesmo os remediados tendem a passar dificuldades adicionais com a inflação galopante, desarranjo fiscal e elevação dos juros.

Se você pensa que pode comprar uma ceia de Natal, se prepare, pois ela estará 27% mais cara. Sem falar no preço do gás para assar o seu frango, sem nem pensar no peru.

E se você tem carro e já paga R$ 7 o litro da gasolina, se prepare também porque o IPVA terá um gigantesco aumento no começo de 2022, sob a alegação de que os veículos novos e usados tiveram forte valorização.

Com Bolsoguedes, o Brasil é feito e pensado para ricos.
 
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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com


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