//ANÁLISE// Lula aplaudido de pé

                                                                                                                                                                                         


Fernando Pesciotta


Enquanto Bolsonaro, o pária global, está em viagem nababesca pelo mundo árabe se expondo a novas vergonhas, o ex-presidente Lula é recebido por chefes de Estado da Europa como o maior líder brasileiro.

O giro do petista começou pela Alemanha, onde se encontrou com Olaf Scholz, futuro chanceler. Scholz disse ter ficado “muito satisfeito” com o encontro e espera continuar o diálogo com o brasileiro.

É chocante a diferença com o desastre que se senta no terceiro andar do Palácio do Planalto. A memória mais próxima é da reunião do G20, em Roma, no começo deste mês de novembro.

O isolamento do brasileiro foi constrangedor. O mesmo Sholz foi ignorado por um Bolsonaro que preferiu passar ridículo com o extremista turco Erdogan.

Depois de Berlim, Lula foi para Bruxelas, sede da União Europeia. De trem, a viagem leva sete horas, passando por Hannover, Düsseldorf e Liège.

No domingo (14), ele se reuniu com o chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell. Muitos líderes abriram lugar na agenda para receber Lula, o que explicita seu papel no cenário global

“Acreditamos num mundo cada vez mais plural. Somos capazes de construir um mundo mais justo e livre da exploração desumana da força de trabalho. Podemos ser felizes juntos, o Brasil, a Europa e o mundo, que não suporta mais nazismo e fascismo. O mundo precisa de livros, não de armas. O mundo precisa de amor, não de ódio.”

Estes são trechos do discurso na Conferência de Alto Nível da América Latina, no Parlamento Europeu, nesta segunda-feira (15). Foi longamente aplaudido de pé pelos deputados.

É provável que você não tenha visto nada sobre a viagem de Lula na imprensa brasileira. Os veículos, ao contrário do que propagam, não se pautam pela notícia. Eles têm lado, e esse lado nunca foi a imparcialidade.

Lula lidera todas as pesquisas de intenção de voto. Ao ignorar fatos tão significativos sobre o petista, a imprensa desrespeita o interesse de seu próprio leitor. Sempre foi assim, e isso ajuda a explicar o ocaso da Abril, Estadão e tantas outras empresas que até já sumiram do mapa.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com


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