//ANÁLISE// Boa notícia

                                                                                                                                                                             


Fernando Pesciotta


Muita gente acha que a mídia só publica notícia ruim, mas não é bem assim. Resumidamente, o papel da imprensa é retratar o que acontece de mais relevante num determinado universo e o que pode impactar a nossa vida.

O problema é que o Brasil tem feito um esforço danado para cultivar o que há de mais nefasto.

Tome-se as notícias mais publicadas nesta quarta-feira (27). “Inflação prévia de outubro tem alta de 1,2%, a maior desde 1995.” “Protesto de caminhoneiros interdita rodovia no PA.” “Furo no teto por eleição não garante nem comida para os mais pobres.” “Selic pode subir dois pontos.” E esse artigo, que gostei bastante: “País derrete com juros de Jair e Guedes.”

E por aí vai. Essas reportagens são apenas alguns exemplos dos fatos, a maioria provocada por um governo descompromissado com o bem-estar da sociedade e liderado por alguém que chega ao auge da estupidez desmedida ao relacionar vacina e aids.

Talvez por isso, a principal manchete dos veículos mais importantes do País tem relação com a possibilidade de punição.

Muito já se falou sobre os efeitos da CPI, mas quando se vê seu relatório final aprovado, prevendo denúncia contra o maior irresponsável na pandemia, não há como não receber a informação como uma notícia boa.

As conclusões finais da comissão são de enquadramento de Bolsonaro em dez crimes. Alguns previstos no Código Penal, o que resultará em cadeia se as tais instituições realmente funcionarem no Brasil.

Repito que não deverá haver impeachment, mas o desgaste é certo. O genocida pode até ficar no cargo até o fim do mandato, mas correrá o risco de não se reeleger, realimentando nosso sonho de mandá-lo para o xilindró.

Polêmica da vez – Pouco antes da abertura do mercado nesta quarta-feira (27), Paulo Guedes chama o ministro Marcos Pontes de “burro” e se pergunta o que está fazendo no governo.

Tem razão nas duas coisas, mas o melhor, então, era pegar o boné e parar de provocar a subida do dólar para ficar ainda mais rico. 

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com


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