//CIDADE// Prefeitura vai reformar Praça Sesquicentenário e quer cercar rodoviária com gradil

Prefeitura pretende fechar com gradil a rodoviária e o espaço dos artesãos de madrugada


A revitalização da Praça Sesquicentenário será o principal investimento da prefeitura em obras destinadas ao desenvolvimento do turismo de Serra Negra em 2022.

O Conselho Municipal de Turismo (Comtur) aprovou, na quinta-feira, 16 de setembro, a aplicação de todo o recurso repassado este ano pelo Departamento de Apoio ao Desenvolvimento dos Municípios Turísticos (Dadetur), do governo do Estado de São Paulo, no projeto de reforma da Praça Sesquicentenário.

O Dadetur vai repassar ao município este ano R$ 1.939.286, 31, metade do valor inicialmente previsto, devido às restrições orçamentárias determinadas pelo contingenciamento de gastos adotado pelo governo do Estado de São Paulo.

O projeto de revitalização da Praça Sesquicentenário prevê, no entanto, um investimento total de cerca de R$ 4 milhões. Os recursos repassados pelo governo do Estado não são suficientes sequer para cobrir as despesas da primeira etapa da obra, estimadas em R$ 2,3 milhões.

A prefeitura vai destinar R$ 360 mil dos cofres públicos municipais para complementar os investimentos no projeto. O início das obras está previsto para janeiro ou fevereiro de 2022.

A primeira etapa das obras prevê a revitalização da área que compreende a rodoviária, a praça de alimentação e o espaço de exposição de artesanato. A obra deverá estar concluída no fim do próximo ano.

“Tem a parte burocrática, o dinheiro precisa entrar na conta da prefeitura, depois tem a licitação, acho que no início do ano que vem dá para começar as obras”, previu o secretário de Obras e Infraestrutura, Carlos Bonasio.

Ele explicou que a praça permanecerá aberta para o uso de moradores e turistas durante as obras. O fechamento será parcial nos canteiros de obras. O projeto, no entanto, precisa ser enviado à Câmara Municipal para aprovação dos vereadores.

O fechamento da rodoviária e do espaço destinado à exposição de artesanato, além da construção de 18 quiosques para a praça de alimentação, são alguns dos principais pontos do projeto elaborado pela Secretaria de Obras e Infraestrutura.  

“A ideia do prefeito é fechar a rodoviária depois da saída do último ônibus e reabri-la na saída do primeiro ônibus, ou seja, o fechamento se dará entre a meia noite e 5h45”, informou Bonasio.

O secretário explicou que o fechamento da rodoviária atende a pedidos de moradores e comerciantes, incomodados com a presença de moradores de rua no local, e dos artesãos expositores, como medida de segurança.

Ele não soube informar qual será o destino dos moradores de rua que pernoitam sob a marquise da rodoviária. “É impossível responder qual será o destino das pessoas que ficam lá”, afirmou.

Será utilizado um gradil para o fechamento, confeccionado em pastilhas com iluminação, chapa laminada, cortada à laser, formando desenhos que simulam caules de árvores. “O material vai se misturar com as árvores da praça e com os troncos. Não queremos transformar o local em uma prisão”, explicou.

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O material utilizado servirá de padrão para o fechamento de outras áreas da praça como a Terra da Magia, o espaço com os brinquedos, e a academia de ginástica. Mas essas obras só estão previstas para a segunda etapa do projeto, ainda sem prazo para início da execução.


Nesta primeira etapa estão previstas ainda a reforma de calçadas, a construção de novos caminhos e paisagismo. Além de receber do governo do Estado um volume de recursos abaixo das expectativas, o secretário lembrou que o aumento do custo dos materiais de construção encarece a obra.


 “O custo da construção subiu absurdamente e a praça tem quase 50 mil metros quadrados”, ressaltou. Segundo o Índice Nacional de Custo da Construção da FGV, os materiais de construção em 12 meses, terminados em julho de 2021, subiram cerca de 33%.


Além da reforma e manutenção dos brinquedos da Terra da Magia, área da praça destinada às crianças, o secretário explicou que nessa primeira etapa será impossível atender a algumas demandas, como a destinação de um espaço para embarque e desembarque de ônibus com turistas.


A expectativa é que essas e outras obras da segunda etapa do projeto de revitalização da Praça Sesquicentenário sejam realizadas em 2023, com recursos liberados em 2022, ano eleitoral. 


Os recursos repassados este ano pelo Dadetur estão incluídos nos R$ 200 milhões que o governador João Doria anunciou em visita a Serra Negra para serem repartidos entre  70 estâncias turísticas do Estado de São Paulo.


Para o secretário de Turismo e Desenvolvimento Econômico de Serra Negra, Carlos Alberto Tavares, o município deve dar prioridade à reforma da Praça Sesquicentenário que é o cartão de visita da cidade. “Está localizada no centro da cidade, é um dos pontos turísticos mais importantes e é a primeira vista dos turistas que chegam pela Rodovia Amparo/Serra Negra”, explicou.

Comentários

  1. Acredito que devemos distinguir, com o devido cuidado e isenção, os termos reforma e revitalização. A revitalização prevê melhorias no que já existe. A reforma pode - e isso acontece com frequência - implicar em obras que, rotuladas de melhorias, podem implicar em descaracterização do que já existe e se tornou patrimônio público a ser preservado e conservado. São inúmeros os exemplos, em inúmeras cidades, que mostram como o poder público, a título de revitalizaçao e preservaçao, acaba destruindo e/ou comprometendo bens de valor inestimável de espaços de convivência e lazer da população. É necessário, portanto, que se evite qualquer intervenção que implique na descaracterizaçao paisagística e ambiental da Sesquecentenário, uma verdadeira jóia, seja em termos paiagísticos ou ecológicos, para uma cidade que tem no turismo e no que resta de seu patrimônio ambiental o principal gerador de emprego e renda.
    Não basta que o projeto, o qual desconheço em detalhes, seja analisado pelos nossos vereadores, já que o nosso atual Legislativo tem dado demonstrações de total submissão aos interesses do Executivo. É vital que a própria população tenha acesso aos planos de revitalizaçao, de forma clara e simples, tanto no que se refere a sua execução quando a fiscalização dos trabalhos a serem desenvolvidos.

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  2. Precisamos nos manisfestar frente a essa intervenção na praça sesquicentenário, ela é um patrimônio de nossa cidade, e toda obra pública, principalmente de um espaço tão significativo e importante deve contar com uma discussão pública apropriada. O que podemos fazer enquanto população para demostrar que nossa interesse não é esse? Talvez um abaixo assinado, ou uma manifestação em frente a prefeitura.

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