//ANÁLISE// A reação dos militares à corrupção

                                                                                                                                                                                                          

                                                                                                                                                    


Fernando Pesciotta


Na sessão da CPI marcada pela prisão do ex-diretor do Ministério da Saúde, o presidente da comissão, Omar Aziz, relacionou os militares ao “esquema de corrupção” na pasta.

Foi até gentil, pois esse envolvimento é muito mais amplo do que somente no Ministério da Saúde. Entre um chopinho e outro, essa gente está faturando alto na gestão do latrocida.

O Ministério da Defesa e as Forças Armadas repudiaram as declarações. Em nota, alegaram tratar-se de acusação "grave" e "irresponsável" e que “não aceitariam” esse tipo de coisa.

Foram além. Nos bastidores, não esconderam que haverá uma reação “mais dura” se voltarem a ser citados em corrupção.

É como faz o governo de Bolsonaro. Em vez de apurar as denúncias, passa a investigar os denunciantes.

Os militares querem continuar roubando sem que ninguém fale nada. Ainda pensam que estão na ditadura, onde impunham o silêncio por meio da força, censura e violência.

O ministro da Defesa, Braga Neto, não demonstrou a mesma energia para apontar os responsáveis pelo assassinato da vereadora Marielle Franco.

Braga Neto era o responsável pela segurança pública do Rio de Janeiro à época. Pelo visto, fez uma aliança com a milícia e hoje desfruta do sucesso de seu silêncio.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com


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