//PANDEMIAS// Vereadores pedem flexibilização do funcionamento do comércio em Serra Negra



Os vereadores Roberto de Almeida (Republicanos) e Renato Giachetto (DEM) aproveitaram a sessão virtual da Câmara Municipal, realizada na segunda-feira, 29 de março, para solicitar ao prefeito Elmir Chedid (DEM) a flexibilização do funcionamento do comércio na cidade.

Procurados por empresários que temem mais um ano de negócios prejudicados pelo fechamento das lojas no principal período de vendas do comércio, em especial de malhas e produtos de inverno, os vereadores pleiteiam reunião com o prefeito na tentativa de encontrar uma alternativa para retomar as atividades econômicas do município.

 Ambos dizem reconhecer, no entanto, a gravidade da situação sanitária de Serra Negra, agravada nos últimos dias pela falta de leitos no Hospital Santa Rosa de Lima, cuja ocupação atingiu 100% da capacidade, e pela indisponibilidades de vagas nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) na região, o que já levou a óbito cidadãos serranos.

“Entendo o decreto, mas como em algumas cidades é possível rever algumas coisas. Não sou a favor de abrir 100% das lojas, mas os comerciantes têm de ser tratados com algum cuidado”, afirmou Almeida.

O vereador calcula que pelo menos 20% da população serrana já tenha sido vacinada contra o covid-19 e que esse porcentual permitiria maior liberação do comércio. Almeida avalia também que as escolas do município devem começar a retomar as atividades. Segundo informou a prefeitura, até segunda-feira tinham sido aplicadas 3.863 vacinas na primeira dose e 1.061 na segunda dose, correspondentes a cerca de 14% e 4% da população serrana.

“Sabemos que, com a educação e a qualidade da internet que temos no país, é difícil manter as escolas fechadas e o ensino virtual por mais um ano”, afirmou. Almeida alertou para o fato de os comerciantes já terem perdido a “safra” de inverno de 2020 e correm o risco de perder a de 2021.

O vereador Renato Giachetto (DEM) endossou o posicionamento de Almeida, enfatizando que o Legislativo e o Executivo precisam pensar na saúde financeira da cidade. “Não sou negacionista, mas precisamos traçar uma estratégia”, afirmou, lembrando que o covid-19 deixou de ser números e passou a ser rostos conhecidos, matando pessoas inclusive de sua convivência. 

Ele lembrou que a cidade padronizou em 2020 protocolos para o funcionamento com segurança de salões de beleza e estética e que deveria fazer o mesmo em relação aos demais setores do comércio, definindo regras e padrões que podem, segundo ele, se tornar ação pioneira e inovadora de retomada da economia no Estado. “Podemos estabelecer uma realidade para que sejamos pioneiros e que Serra Negra seja pioneira nisso no Estado”, afirmou.

Vacinas

O presidente da Câmara Municipal, César Augusto Borboni (PSC), o Ney, explicou que o empenho do prefeito tem sido o de imunizar a população de Serra Negra e que a aquisição das vacinas por meio do consórcio de municípios ainda não ocorreu porque não há ainda oferta de vacinas dos laboratórios para Estados e iniciativa privada.

Ney explicou que se a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Avisa) já tivesse liberado algumas das vacinas que estão ainda em fase de análise, entre as quais a russa Sputnik, o consórcio já as teria adquirido. 

O presidente da Câmara informou que o prefeito tem reservado em caixa R$ 3 milhões para a compra das vacinas. “Não temos ainda o imunizante porque ainda não há vacina disponível no mercado, mas esse dinheiro está separado e acreditamos que a Sputnik vai estar disponível em breve”, afirmou.

Serra Negra está apta a comprar o imunizante e não depende para isso de recursos do Estado ou do governo federal. A administração municipal realizou levantamento de custos e calcula que as doses vão custar entre US$ 9,75 dólares a US$ 10,80 cada dose.

O presidente da Câmara informou ainda que quando questionado sobre o auxílio emergencial municipal, o prefeito, que prioriza a compra das vacinas, diz que “nenhuma família de Serra Negra vai passar fome” e que todos os cidadãos que precisarem de alimentos podem procurar a administração municipal que serão atendidos em suas necessidades básicas.

Frente de trabalho

Uma das iniciativas nesse sentido foi a aprovação na Câmara na sessão desta segunda-feira do projeto que prevê a prorrogação dos contratos dos trabalhadores do Programa Frente Popular de Trabalho por mais seis meses.

Os integrantes do programa são pessoas em situação de vulnerabilidade, que recebem um salário de R$ 1.100 e cesta básica em troca de serviços prestados à administração municipal. Atualmente são empregados 85 trabalhadores e a expectativa é elevar esse número para 130 pessoas.

A expectativa de Ney é que o governo federal e o Congresso elevem o auxílio emergencial para R$ 600. Ele informou que já vem cobrando dos deputados federais a aprovação de emendas que estabeleçam um valor maior para o benefício.

“Vamos pedir para os nossos deputados que batam nos R$ 600, porque essa é a primeira solução”, disse. A cobrança de maior valor do auxílio emergencial foi uma resposta política aos vereadores que não cobraram ações do governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), mas que dirigiram suas críticas ao governador do Estado de São Paulo, João Doria (PSDB), que não estaria contribuindo com recursos para a área de saúde de Serra Negra.

Em relação a essa cobrança do governo do Estado, Ney informou que 12 leitos serão mantidos pelo governo estadual, que repassará cerca de R$ 300 por leito destinado ao covid-19.

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